Impostometro

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Irã

Diplomacia

Acordo com Irã embaralha as cartas da geopolítica

Possíveis consequências do pacto assinado com potências movimentam o xadrez diplomático da região

Diego Braga Norte e Jean-Philip Struck
(A partir da esquerda) O chanceler iraniano, Mohamed Zarif; a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton; o secretário de Estado americano, John Kerry; e o chanceler francês, Laurent Fabius, comemoram em Genebra
A partir da esq. O chanceler iraniano, Mohamed Zarif; a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton; o secretário de Estado dos EUA, John Kerry; e o chanceler francês, Laurent Fabius, comemoram em Genebra (Fabrice Coffrini/AFP)
O acordo sobre o programa nuclear iraniano anunciado no último fim de semana ainda é preliminar, mas já permite algumas previsões sobre como ficará o xadrez político na problemática região. O pacto de seis meses foi negociado entre o grupo 5+1, formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, França, China, Grã-Bretanha e Rússia) mais a Alemanha, e a república islâmica. Neste período, a proposta é chegar a um documento mais abrangente, que envolva de fato o desmantelamento de instalações que podem ser usadas para a fabricação da bomba atômica – e não apenas uma desaceleração do programa nuclear, prevista no acordo atual, em troca do alívio de parte das sanções econômicas impostas ao Irã.
De imediato, o pacto desagradou Israel e Arábia Saudita, inimigos do Irã que ficaram desapontados com o aliado Estados Unidos. Descrentes de que o regime dos aiatolás vá cumprir as exigências do documento atual ou negociar algo mais abrangente, os dois países também veem reduzida sua influência sobre o governo americano e temem um fortalecimento da república islâmica na região.
O analista Elbridge Colby, consultor membro da empresa de consultoria CNA e ex-conselheiro da Secretaria de Defesa dos EUA, afirma que as

Criação de efetivo para conter manifestações em SP

Movimentos repudiam criação de efetivo para conter manifestações em SP


Cento e vinte homens foram treinados com técnicas de artes marciais para atuar em atos públicos. Para ativistas, medida demonstra intenção do governo paulista de agir com truculência
29/11/2013
Gisele Brito,


Movimentos sociais declararam repúdio à iniciativa do comando da Polícia Militar do Estado de São Paulo de criar um efetivo para atuar em manifestações de rua. O coronel Benedito Roberto Meira, comandante da instituição, afirmou durante evento organizado ontem (28) pelo jornal O Estado de S. Paulo que o efetivo terá 120 homens jovens, com mais de 1,80 metro e treinados em artes marciais. O grupo irá reforçar as forças de repressão que atuam em manifestações na cidade.
Atualmente, policiais montados em cavalos, pilotando motocicletas, da Tropa de Choque e da Força Tática são destacados para os protestos, além do efetivo de patrulhamento.
Segundo assessoria de comunicação da PM, o efetivo não tem data para começar a atuar. O treinamento nas técnicas de luta é comum a todos os soldados, sargentos e oficiais e amplia as alternativas disponíveis ao profissional de segurança pública, de acordo com a assessoria. Mas, para ativistas, as características

José Eduardo Cardozo

"Querem transformar quem cumpre a lei em réu", diz Cardozo sobre caso Siemens

Ministro da Justiça refutou denúncias de manipulação de documentos

Terra


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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reagiu em tom de indignação às denúncias de manipulação de documentos do caso Siemens. Em evento no Supremo Tribunal Federal (STF), Cardozo afirmou que não vai se intimidar com as acusações e que vai manter as investigações sobre a formação de cartel e fraude nas licitações de trens do Estado de São Paulo

“Acho lamentável que queiram transformar quem cumpre a lei em réu apenas pelo fato de que existe uma investigação. A maior parte dos países em que houve esse escândalo já investigou, já puniu pessoas envolvidas, o Brasil ainda caminha lentamente. Pedi à Polícia Federal que apurasse, recebi uma denúncia e pedi que avaliasse, nada mais do que isso. Há pessoas que parece que não querem investigar, que querem descontar as coisas”, disse o ministro, acrescentando que ainda hoje anunciará novas medidas sobre o caso. 

Na terça-feira, líderes do PSDB acusaram

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Congresso anula sessão que declarou vaga a Presidência de Jango


O Congresso Nacional aprovou na madrugada desta quinta-feira (21) o projeto de resolução (PRN 4/13) dos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Randolfe Rodrigues (Psol-AP), que anula a sessão do Congresso de 2 de abril de 1964 que declarou vaga a Presidência da República no mandato do presidente João Goulart.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, avaliou que a votação é a “oportunidade histórica de reparar uma mancha na História do País”. Ele ressaltou que a sessão foi acompanhada pelo filho de João Goulart, João Vicente Goulart.
Os dois autores da proposição ressaltaram a ilegalidade em que a sessão se baseou: declarou a presidência vaga mesmo depois que João Goulart enviou ao Congresso um documento dizendo que estava no País e no exercício do cargo.
“João Goulart estava no comando de suas atribuições e em pleno território nacional e, por isso, o presidente do Congresso não poderia ter convocado arbitrariamente a sessão e muito menos ter declarado vaga a presidência”, disse Randolfe Rodrigues.
Para Pedro Simon, a votação vai permitir uma nova interpretação da História. “Não vamos reconstituir os fatos. A história apenas vai dizer que, naquele dia, o presidente do Congresso usurpou de maneira estúpida e ridícula a vontade popular depondo o presidente da República”, disse.
Evitar repetição do erro
O relator do projeto, deputado Domingos Sávio (PMDB-MG), disse que ao anular a sessão que cassou o mandato de Jango, o Congresso pode impedir que a mesma situação ocorra novamente. “É triste, mas é necessário resgatar essa noite para que não se repitam mais coisas dessa natureza. Essa desastrada decisão é uma das muitas razões para tudo o que padeceram aqueles que viveram esse período sombrio da nossa História”, argumentou.
Para a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), o Congresso demonstrou para a História que o golpe que iniciou o regime militar foi baseado em falsidade. Para o senador Randolfe Rodrigues a proposta retirou o "ar de legalidade" do golpe de 1964.
Voz dissonante 
O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) foi a voz dissonante na votação do projeto. Para ele, o projeto quer “tocar fogo” no Diário do Congresso Nacional. “Querem apagar um fato histórico de modo infantil. Isso é mais do que Stalinismo, quando se apagavam fotografias, querem apagar o Diário do Congresso”, disse.
Bolsonaro citou vários artigos de jornal segundo os quais políticos e segmentos da sociedade foram favoráveis ao golpe. “A ABI [Associação Brasileira de Imprensa] e OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] aprovaram o movimento. Toda a igreja católica, governadores, empresários e produtores rurais foram na mesma linha. Tiremos o peso dos militares, salvamos o País de um regime ditatorial”, disse.
O deputado Vieira da Cunha (PDT-RS) rebateu as críticas. “Quem quer apagar a historia com seu pronunciamento é colega Jair Bolsonaro, que hoje se superou da tribuna”, criticou.
Já o deputado Ronaldo Benedet (PMDB-SC) disse que é uma vitória da democracia o fato de o colega poder se manifestar contra uma proposta com ampla maioria. “Como é bela a democracia que conquistamos. Tão valiosa que até quem defende a ditadura e quer justificar a ditadura pode vir fazê-lo”, disse.
Os restos mortais de Jango, exumados na quarta-feira da semana passada (13), chegaram no dia seguinte a Brasília com honras de Estado. Eles passarão por exames no Instituto de Criminalística. Os testes foram solicitados pela família à Comissão da Verdade após declarações de um ex-agente da repressão da ditadura uruguaia, segundo o qual Jango teria sido envenenado.

Informações da Agência Câmara

Enfim, Lula falou

Enfim, Lula falou

Roberval Amarildo
Lula não aguenta mais o achincalhamento e as criticas violentas, claramente ideológicas e preconceituosas, por ter tido um governo com apoio maciço - e que continua tendo - do povo brasileiro.
Agora mesmo, a pesquisa do Ibope mostra que o povo não atribui nenhuma responsabilidade, ou talvez nem acredite nesse assunto - o mensalão. 
De acordo com pesquisa Ibope divulgada na segunda-feira (18), se as eleições fossem hoje, Dilma teria 43% das intenções de voto e venceria no primeiro turno se os adversários fossem o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Na pesquisa anterior realizada pelo Ibope e divulgada no dia 24 de outubro, Dilma tinha 41%, Aécio, 14%, e Campos, 10%. Dilma também venceria no primeiro turno nos cenários em que são incluídos Marina Silva e José Serra. 
Joaquim Barbosa indicou José Dirceu, Genoino e Delúbio, numa mesma leva e, passados cinco dias, outros tidos como criminosos pelo STF e julgados pelo mesmo processo ainda não mereceram a mesma sorte do que esses líderes petistas.
Lula, ontem, declarou que vai esperar para falar. Lula sabe que o crescimento do nosso Índice de Desenvolvimento Humano, da distribuição de renda e do emprego podem ter incomodado muito a elite brasileira. Lula torce e reza para

Escândalo na cúpula

Ex-diretor da Siemens envolve secretário de Alckmin com cartel dos trens

Edson Aparecido, da Casa Civil, foi apontado pelo lobista Arthur Gomes Teixeira como um dos recebedores de propina



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Em relatório entregue no dia 17 de abril ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer afirma que o hoje secretário da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin (PSDB), deputado licenciado Edson Aparecido (PSDB), foi apontado pelo lobista Arthur Gomes Teixeira como um dos recebedores de propina das multinacionais suspeitas de participar do cartel dos trens em São Paulo.

O ex-executivo, que é um dos seis lenientes que assinaram um acordo um mês depois com o Cade em que a empresa alemã revela as ações do cartel de trens, também cita o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), aliado dos tucanos, como possível beneficiário.

Trata-se do primeiro documento oficial que vem a público que faz referência a supostas propinas pagas a políticos ligados a governos tucanos. Até agora, o Ministério Público e a Polícia Federal apontavam suspeitas de corrupção que envolviam apenas ex-diretores de estatais como a Companhia Paulista de

A educação da segregação

Artigo

A educação da segregação

Sofro quando insisto em sair à rua da forma como acho que devo ser respeitada. Mas não estou disponível à decisão masculina de me respeitar ou não
por Paula Campos Pimenta Velloso
Vagão
Anúncio de vagão exclusivo para mulheres

“O senhor está se encostando na minha cara!”, disse a mulher sentada a duas fileiras do meu assento. O homem continuou imóvel, em pé ao seu lado. Apenas acrescentou ao desrespeito um sorrisinho e a alegação de que ela, pela idade, não seria mais objeto do seu assédio. Ele não precisava ter dito nada. Pega o Metrô lotado todos os dias, respaldado pelo consenso de que ninguém reagirá quando se esfregar por aí. Mas ela falou alto e firme e ele teve de se virar um pouco.
Da estação Carioca até a Cantagalo, quando o Metrô do Rio assume sua eufemística forma “de superfície”, outros tipos como esse ainda aguardavam muitas outras mulheres. Todas sabemos disso. Por este motivo, me surpreendeu o comentário de uma jovem que disse “essa senhora, eu hein, por que não pegou o vagão das mulheres?”. Eu acompanho a discussão sobre o carro exclusivo do Metrô, a possível implantação em outros municípios, a fortuna de políticas semelhantes em outros

Consciência negra e racismo

Consciência negra e racismo: Educação é a saída!





O Brasil foi construído a partir sofrimento, da tortura e da morte promovida por um regime de escravidão que durou 388 anos e que custou o sequestro e o assassinato de aproximadamente 7 milhões de seres humanos africanos e outros tantos milhões de seus descendentes. Cabe lembrar também o genocídio da população originária, renomeada indígena: estima-se que os portugueses encontraram nestas terras mais de 1 000 povos que perfaziam de dois a seis milhões de pessoas. Sem dúvida, trata-se de um dos maiores crimes de lesa-humanidade já vistos.
20 de Novembro é o Dia Nacional da Consciência Negra. É o momento de celebrar a memória Zumbi dos Palmares e Dandara, herói e heroína do povo brasileiro. Mas acima de tudo é um dia de reflexão e busca de novas formas para enfrentar o racismo que, infelizmente ainda hoje dificulta e tira a vida de mulheres e homens em todo o país.Nos acostumamos às notícias que reafirmam a enorme desigualdade social, violências e desiquilíbrios de oportunidades que afetam ainda hoje a população negra no Brasil, herança direta daquele período.
Mas hoje, feriado em São Paulo e em outras mais de mil cidades e 5 estados do país, é preciso destacar e reafirmar a atuação

Consciência negra, para feministas brancas

Consciência negra, para feministas brancas

Um dia, elas gritaram. Apontaram minha raça. Eu, em minha ignorância racista, me senti ofendida. Pensava não ter nada a ver com a discussão racial, exceto para defendê-las…
por Marília Moschkovich 
[Este é o blog do site Outras Palavras em CartaCapital. Aqui você vê o site completo]
Desde cedo entendi o que era o racismo. Filho de uma mãe um tanto racista, numa família racista de negros, mulatos e descendentes de espanhóis, meu pai — de pele bem branca, olhos azuis e cabelo bem cacheadinho — fazia questão de pontuar que todos eram iguais e se horrorizava com o racismo. Minha mãe, nascida de uma mistura de europeus diversos e indígenas, sempre reforçava atitudes anti-racistas e criticava abertamente indivíduos e comportamentos discriminatórios. Quando comecei a me envolver em movimentos sociais, na adolescência, descobri o movimento negro e suas mais do que legítimas reivindicações. Só recentemente, porém, depois de muitos anos de militância, compreendi que talvez meu papel principal, nessa luta, seja mais óbvio e muito mais difícil do que eu imaginava: me reconhecer branca.
Quando nascemos, nós, pessoas de pele e fenótipo socialmente lido como “brancos” (doravante aqui denominados apenas “brancos”, pra facilitar a leitura) somos ensinados que existem pessoas negras. Somos ensinados que têm a pele diferente da nossa. Em todas as formas de transmissão de cultura — escola, televisão, conversas em família, entre outros — a cor da nossa pele nunca é tratada como uma questão. É como se não tivéssemos cor. Nesse pensamento está baseada a expressão racista “pessoa de cor”, que pressupõe que nós brancos e brancas não temos cor.
Sem perceber, passamos a vida acreditando verdadeiramente nessa mentira. Quando conseguimos alguma coisa, não associamos a conquista à nossa identidade ou classificação racial, mas a um mérito individual que simplesmente não existe. Isso não quer dizer que nenhum de nós brancos sejamos bons no que fazemos, calma aí. Significa apenas que uma pessoa negra tão boa quanto, ou melhor, ficou de fora na seleção em que nós passamos. Por diversos motivos. Foi quando tomei contato com o feminismo negro de Patricia Hill Collins e Bell Hooks que tomei consciência (não, não é um trocadilho) desses motivos. Estes são alguns deles:
  • Eu nunca fui tratada por meus

Darcy Ribeiro

Darcy Ribeiro explica a desvantagem histórica do negro em relação ao branco

(Negros libertos em Porto Alegre em 1895. Foto de Herr Colembusch. Acervo Ronaldo Bastos)

Uma das maiores balelas do discurso anti-cotas no Brasil é que as políticas de ação afirmativa não se justificam porque “todos são iguais perante à lei”. Iguais como, se uns saíram na frente, com séculos de vantagem, em relação aos outros? As cotas vieram justamente para ser uma ponte sobre o fosso histórico entre negros e brancos. Para dar aos negros condições de alcançarem mais rápido esta “igualdade” que alguns insistem que já existe.
Ninguém melhor do que o antropólogo Darcy Ribeiro, grande inspirador deste blog, para explicar como esta “igualdade” de condição nada mais é do que uma falácia por parte de quem, no fundo, deseja perpetuar as desigualdades raciais em nosso país. Os trechos que selecionei são do livro O O Povo Brasileiro (Companhia das Letras), cuja leitura recomendo fortemente. Deveria ser obrigatório em todas as escolas. Atentem para um detalhe: reconheçam no texto de Darcy os futuros meninos de rua. (Leia também o texto que postei ano passado, aqui.)
E viva o Dia da Consciência Negra!
***
Por Darcy Ribeiro
CLASSE E RAÇA
A distância social mais espantosa no Brasil é a que separa e opõe os pobres dos ricos. A ela se soma, porém, a discriminação que pesa sobre negros, mulatos e índios, sobretudo os primeiros.
Entretanto, a rebeldia negra é muito menor e menos agressiva do que deveria ser. Não foi assim no passado. As lutas mais longas e cruentas que se travaram no Brasil foram a resistência indígena secular e a luta dos negros contra a escravidão, que duraram os séculos do escravismo. Tendo início quando começou o tráfico, só se encerrou com a abolição.
Sua forma era principalmente a da fuga, para a resistência e para a reconstituição de sua vida em liberdade nas comunidades solidárias dos

Plebiscito sobre casamento gay

Direitos Humanos e Minorias

Comissão de Feliciano aprova plebiscito sobre casamento gay

Marco Feliciano, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara
Presidente da Câmara, Marco Feliciano, comandou as aprovações nesta quarta-feira

Caso o projeto seja aprovado, a maioria da população poderá dar o seu aval ao direito de uma minoriaA Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, presidida pelo pastor Marco Feliciano (PSC-SP), aprovou nesta quarta-feira 20 a realização de um plebiscito para consultar a opinião da população sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo. O projeto é considerado uma derrota para o movimento gay, já que, na prática, permite que a maioria da população dê o seu aval (ou não, o que é mais provável) ao direito de uma minoria.
Na mesma sessão, a comissão decidiu também suspender uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que abriu caminho para o casamento gay.
Aprovado pelo relator, o deputado evangélico Marcos Rogério (PDT-RO), o projeto do plebiscito segue agora para a Comissão de Finanças e Tributação e para a Comissão de Constituição e Justiça e de

Abusos de Barbosa e fuga de Pizzolato

 Política

"Mensalão"

Abusos de Barbosa e fuga de Pizzolato

Como se percebe, além das flagrantes ilegalidades e abusos de poder, o ministro Barbosa não domina a lei de execução penal
Henrique Pizzolato
O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, procurado pela Interpol

A lei de execução penal é de 1984. A ditadura agonizava e o ministro da Justiça, Ibrahim Abi-Ackel, empenhou-se, com sucesso, na elaboração de uma legislação moderna e humanizada em face de um caótico e desumano sistema penitenciário nacional. Logo no artigo 3º., essa lei assegura  “ao condenado e ao internado todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei”. Está claro, em face dessa norma recepcionada pela nossa Constituição de 88, não se poder manter em regime fechado o condenado a regime menos rigoroso, como, por exemplo, o semi-aberto e o aberto. No particular, é remansosa a jurisprudência dos tribunais brasileiros de servir o remédio heroico do habeas-corpus liberatório para por fim a esse tipo de abuso de poder e ilegalidade.
Na semana que passou, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) enfrentou, em processo da sua competência originária e apelidado de ‘mensalão’, uma questão nova e concluiu ser possível a execução parcial de condenação defintiva, caso, por exemplo, de José Dirceu e com relação ao crime

Caixa 2

Política

São Paulo

Em relatório, ex-diretor da Siemens aponta caixa 2 de PSDB e DEM


Entregue ao Cade em abril, documento é primeiro oficial sobre propinas para políticos ligados a governos do PSDB que vem a público
por Redação — publicado 21/11/2013
alckmin
Esquema de corrupção no estado de São Paulo teria ocorrido durante os governos Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra  

Um documento entregue em 17 de abril ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ligado ao Ministério da Justiça, comprova que o ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer disse possuir "documentos que provam a existência de um forte esquema de corrupção no estado de São Paulo durante os governos (Mário) Covas, (Geraldo) Alckmin e (José) Serra, e que tinha como objetivo principal o abastecimento do caixa 2 do PSDB e do DEM".
Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, o ex-diretor da empresa alemã diz ainda que o atual secretário da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin (PSDB), o deputado licenciado Edson Aparecido (PSDB), foi apontado pelo lobista Arthur Teixeira como recebedor de propina das multinacionais suspeitas de envolvimento com o cartel dos trens em São Paulo, no período que vai de 1998 a 2008.
O ex-executivo, que é um dos seis responsáveis por assinar um acordo com o Cade no qual a empresa alemã revela as ações do cartel de trens, cita ainda o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), aliado tucano, como mais um beneficiário.
O relatório entregue ao Cade em abril é primeiro documento oficial que faz referência a supostas propinas para políticos ligados a governos do PSDB que vem a público. Até então, o Ministério Público e a Polícia Federal apenas apontavam suspeitas de corrupção envolvendo ex-diretores de órgãos estatais, como a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
No documento, Rheinheimer descreve o cartel como "um esquema de corrupção de grandes proporções, porque envolve as maiores empresas multinacionais do ramo ferroviário como Alstom, Bombardier, Siemens e Caterpillar e os governos do Estado de São Paulo e do Distrito Federal".
O texto faz menção também ao senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), e aos secretários estaduais José Aníbal (Energia), Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico). Os quatro políticos são citados pelo ex-diretor da Siemens como "envolvidos com a Procint", do lobista Arthur Teixeira e suspeita de intermediar propina a agentes públicos, segundo o MP e a PF.

Ele apontou ainda o vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Filippelli (PMDB), e o ex-governador do DF José Roberto Arruda como "políticos envolvidos com a MGE Transportes (Caterpillar)". A MGE é apontada, tanto

A Revolução Cidadã contra a Chevron



A Corte Nacional de Justiça do Equador manteve a multa de 9,5 bilhões de dólares contra a transnacional petroleira

Achille Lollo
de Roma (Itália)
Finalmente, no dia 13 de novembro, a Corte Nacional de Justiça do Equador (CNJ) finalizou o processo que há 20 anos as populações da Amazônia equatoriana moveram contra a transnacional Texaco, que desde 1992 se juntou à Chevron. Trata-se da quarta sentença negativa que a Chevron somou nos últimos oito anos, durante os quais seus 100 advogados fi zeram de tudo para evitar o pagamento de uma multa de 19 bilhões de dólares.
Em 1993, a transnacional Texaco Petroleum Company (hoje Chevron) concluiu o contrato que havia assinado, em 1964, com o governo equatoriano para fazer, em quase 2 milhões e meio de hectares de selva amazônica, 357 poços de pesquisa petrolífera, erguer 22 estações para o bombeamento do petróleo dos poços declarados produtivos, construir um oleoduto de 500 km (trans-equatoriano) e limpar as áreas onde fossem atirados os resíduos tóxicos, as águas poluídas e as fossas com a lama petrolífera degradada. Normas que o governo equatoriano criou em 1976 com a lei “Prevenção e monitoramento da poluição ambiental”.
Entretanto, com a saída do Equador da transnacional, os técnicos da companhia estatal Petroequador constataram inúmeros crimes e ilegalidades. As normas da lei pela prevenção e o monitoramento da poluição ambiental nunca foram levadas em consideração pela Texaco Petroleum Company; as denúncias sobre o desastre ambiental no Equador que John Kimerling registrou no seu livro Amazon Crude (Petróleo Amazônico, em tradução livre) eram reais; as acusações de genocídio pelo desaparecimento das comunidades indígenas Tetetés e Sansahuari, feitas pela organização Acion Ecológica, eram verdadeiras, tanto que em junho de 1991 militantes dessa organização ocuparam os escritórios da Texaco na capital, Quito, para dar a conhecer ao mundo o que a Texaco havia feito na Amazônia.
Finalmente, em 1993, com o início em Nova Iorque da ação jurídica encabeçada pelos advogados Steven Donzinger e

Dia da Consciência Negra

Dia da Consciência Negra: Movimentos saem às ruas pelo fim do genocídio da juventude


Ato marca o aniversário da morte de Zumbi, líder da revolução do Quilombo dos Palmares; além de São Paulo, outras capitais também se mobilizarão


da Redação

O fim do genocídio da juventude negra e periférica, a desmilitarização da polícia e a defesa da Lei 10639, que traz a história e cultura afro-brasileira para todas as escolas públicas e particulares, serão algumas das reivindicações da 10ª Marcha da Consciência Negra de São Paulo.
O ato ocorre nesta quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra. A data marca o aniversário da morte de Zumbi dos Palmares, líder da revolução do Quilombo dos Palmares, marco da luta pelos direitos dos negros no país.
A concentração começa às 11h no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (MASP), na Avenida Paulista. A passeata sairá às 14h30 até a Praça da República, no centro da cidade.
Apresentações
Além do ato, artistas ligados a cultura afro farão diversas apresentações amanhã (20) no centro de São Paulo. Na Praça das Artes, nomes celebrados da soul music brasileira, como Di Melo, Tony Tornado, Hyldon e Gerson King Combo, irão se apresentar no festival Mestres da Soul, a partir das 14h.
No Vale do Anhangabaú, várias

Gilmar Mendes

Prisões de condenados do mensalão foram legais, diz Gilmar Mendes

Fernanda Calgaro
Do UOL, em Brasília

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou nesta quarta-feira (20) que não considera ilegais as prisões dos condenados no mensalão da forma como aconteceram e minimizou as críticas feitas por dirigentes petistas, juristas, intelectuais e outros setores da sociedade.

Agora descobriram más condições dos presídios, diz Mendes sobre mensaleiros


Disse que, se tiver havido alguma ilegalidade, que seja apontada para que a Corte se pronuncie. "Vamos conhecer qual o teor das reclamações específicas para saber qual é a ilegalidade ou as ilegalidades apontadas para que o tribunal se manifeste. O plenário certamente vai ser bastante tranquilo, mas também bastante severo na observância da legalidade", disse.

PENAS DO MENSALÃO

  • Arte/UOL 
  •  Clique na imagem para ver quais os crimes e as punições aplicadas aos réus

Manifesto público divulgado ontem por intelectuais e petistas classificou como ilegal a decisão do relator do processo e presidente da Corte, ministro Joaquim Barbosa, de expedir os mandados de prisão, entre eles o do ex-ministro José Dirceu, durante o feriado da Proclamação da República, sem emitir as cartas de sentença –exigência legal para

domingo, 17 de novembro de 2013

Eike Batista

Como Eike, egocêntrico e vendedor de ilusões, afundou o Império X

iG analisa autobiografia lançada por ex-bilionário há dois anos e mostra os sonhos prometidos e o que de fato o "mito", como se auto-proclamou, entregou ao mercado

Paula Pacheco - iG São Paulo

Em 2011, o mineiro Eike Batista vivia possivelmente o melhor momento como empresário. Estampava publicações nacionais e estrangeiras, embolsava prêmios como grande homem de negócios do País (e uma promessa mundial, ousariam afirmar) e era a inspiração de empreendedores brasileiros. Meses antes, o ex-bilionário, que fundou o Grupo EBX, mandou o recado: passaria Bill Gates, da Microsoft, para trás e se tornaria o homem mais rico do mundo. Para muitos, ele era o cara.
Em dezembro daquele ano, Eike aproveitou toda a popularidade do momento e lançou a autobiografia "O X da Questão – A trajetória do maior empreendedor do Brasil". O livro alcançou 203 mil exemplares e foi o título mais vendido até hoje pela editora Primeira Pessoa, braço da Editora Sextante especializado em biografias.



Amadeu Bocatios/Futura Press
Eike Batista durante noite de autógrafos de "O X da Questão", na Livraria da Travessa, no Rio de Janeiro


Hoje, depois de 23 meses, ler o relato de Eike ao longo de rasas 159 páginas proporciona momentos irônicos e analíticos. Irônicos porque sua autobiografia traz um amontoado de clichês e afirmações que não passaram de promessas. Sem nem um traço sequer de modéstia, o empresário avalia um de seus momentos nos negócios – a exploração de uma operação de garimpo de ouro em Alta Floresta, ao norte de Mato Grosso. "Os méritos maiores foram persistência, obstinação, ousadia e o que as pessoas costumam qualificar de capacidade visionária".
Minha trajetória é a prova de que o capitalismo brasileiro está mais maduro (Eike Batista)
Sobram frases no livro de culto ao ego, como "sou um empreendedor diferente da média", "sou perito em identificar diamantes não polidos e aprendi, ao longo da vida, a polir esses diamantes". Ou ainda "minha trajetória é a prova de que o capitalismo brasileiro está mais maduro. As aberturas de capital de minhas companhias são verdadeiros atestados de maioridade".  
Ego, um grande companheiro
Ao mesmo tempo que o livro confirma

Casamento igualitário

Chega à fase decisiva a campanha pelo casamento igualitário no Brasil

Os artistas ajudaram a criar ambiente favorável para a discussão; agora é hora de deputados e candidatos saírem do armário e revelarem sua posição. “A lei discrimina os homossexuais. Se o estado exclui os homossexuais da comunidade de direitos, autoriza as pessoas a discriminá-los”, diz Jean Wyllys

Ana Ribeiro , iG São Paulo  

 
A campanha nacional pelo casamento igualitário está tomando fôlego para dar a largada à sua segunda fase. A primeira fase da campanha, segundo o deputado Jean Wyllys  (PSOL – RJ), autor junto com a deputada Erika Kokay  (PT-DF) do projeto de lei PL 5120/13, que altera o código civil para dar os mesmos direitos para todos os casais, gays ou héteros, foi de sensibilização da sociedade. “Artistas se engajaram, colocamos o casamento igualitário como pauta na agenda pública, na imprensa, nos bares, nas redes sociais, colocamos o casamento como tema a ser debatido”, diz ele, e introduz o próximo capítulo do processo: “A segunda fase é de pressão mesmo sobre o Congresso Nacional para que o projeto seja posto em pauta.”
Chegou a hora de os políticos saírem do armário e revelarem qual é sua posição, e a de seu partido, com relação ao casamento civil igualitário. O que tem que acontecer, na prática, é levar a pauta à votação no Congresso e aprovar a PEC (proposta de emenda à constituição) que modifica o artigo 226, que trata das relações conjugais. A mudança altera poucas palavras e faz toda a diferença. 
Onde hoje se lê:
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 3º – Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
(…).
Passará a ler o seguinte:
§ 3.º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre duas pessoas, sejam do mesmo ou de diferente sexo, como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.


Reprodução
O deputado Jean Wyllys
Leia a entrevista com Jean Wyllys:


iG: Por que você considera este um bom momento para lançar a segunda fase da campanha?
Jean:  A situação política mudou. Acho que agora, depois da decisão do STF (2011) e da regulamentação do CNJ (maio de 2013), e da campanha do casamento civil igualitário com a participação de muitos artistas, criamos um clima favorável à legalização do casamento. A gente vê que um dos artifícios que os conservadores têm utilizado é dizer: “Essa é uma matéria vencida”, “O casamento já é garantido”, mas não é verdade. Vi uma declaração do Eduardo Campos  (PSB) dizendo isso. Sem querer entrar nessa questão, ele é presidenciável, candidato à presidência em 2014, mas desculpa, Eduardo Campos, essa não é uma matéria vencida. Assim seria se a gente tivesse alterado o código civil para garantir na lei o direto dos homossexuais ao  casamento civil e portanto a constituir uma família protegida pelo estado. Esse tema tem de voltar em 2014, durante a campanha eleitoral, porque os candidatos têm que se posicionar em relação a essa questão.
iG: Está na hora do tema ser discutido no Congresso Nacional?
Jean:  O tema tem que ser discutido no Congresso Nacional e é preciso que a sociedade saiba de fato quem é a favor e quem é contra a cidadania plena de todos. Está na hora de saber como é que o PT vai se posicionar, como é que o PC do B, o PPS, o PSB, todos os partidos ditos de esquerda têm de dizer claramente se são a favor da cidadania plena dos homossexuais. Tem que botar em votação e ver se a gente vai ser vencido ou não. Não tenho medo de derrota, é importante que a sociedade saiba: essas pessoas votaram contra a cidadania plena dos homossexuais. Elas não merecem o voto da comunidade LGBT e da comunidade simpatizante, aqueles que mesmo não sendo gays defendem o estado laico, defendem o estado democrático de

STF

Ministros do STF questionam decisão de Barbosa sobre prisões do mensalão

Alguns ministros, embora reconheçam a prerrogativa do presidente da Corte, levantaram dúvidas sobre a execução das penas. Dos 12 réus, apenas Pizzolato está foragido

A expedição dos respectivos mandados de prisão de 12 réus do mensalão durante o feriado e final de semana gerou algumas críticas de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ao presidente da Corte e relator do caso, Joaquim Barbosa. Dos 12 mandados expedidos, apenas um não foi cumprido, o do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que fugiu para a Itália. Outros 11 presos, entre eles o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino, o publicitário Marcos Valério, se entregaram à Polícia Federal (PF) em seus respectivos Estados e, em seguida, levados para Brasília.


Ministros do STF em sessão que determinou primeiras prisões do mensalão
A medida tomada por Barbosa de expedir os mandados de prisão em pleno feriado foi vista com ressalvas por alguns colegas da Corte. Eles afirmaram a pessoas próximas que não ficou claro no julgamento de quarta-feira como ocorreria a prisão dos réus do mensalão nem mesmo se houve a proclamação oficial do resultado do julgamento.
No final da sessão de quarta-feira, quando ficou decidido que as penas seriam executadas imediatamente, o presidente do STF começou a proclamar o resultado, mas foi interrompido por colegas durante a discussão relacionada à execução das sentenças. No final da sessão, Barbosa apenas disse: “Eu trarei amanhã (quinta-feira), eventuais aperfeiçoamentos à proclamação (de resultado) sugerida pelo ministro Luiz Fux. Está encerrada a

Mandela

Mandela não é mais capaz de falar, diz ex-mulher a jornal

Ex-presidente não pode articular palavras, mas se comunica por sinais, segundo afirmou Winnie Madikizela ao jornal The Sunday Independent

AFP/Arquivos, da  
Siphiwe Sibeko/AFP
Nelson Mandela em junho de 2010
Nelson Mandela em junho de 2010: Problemas pulmonares do Prêmio Nobel da Paz estão provavelmente ligados às sequelas de uma tuberculose que sofreu quando cumpria sua pena em Robben Island

Nelson Mandela continua "bastante doente" e não é capaz de falar, mas se "comunica por sinais", afirmou sua ex-mulher Winnie Madikizela-Mandela a um jornal sul-africano.

O ícone da luta contra o apartheid, de 95 anos e que recebe atendimento médico em casa desde setembro, "se comunica por sinais com seu rosto".
"Não pode articular palavras por causa de todos os tubos em sua boca para drenar os pulmões", afirmou Madikizela-Mandela ao The Sunday Independent.
"Os médicos afirmaram que esperam que ele recupere a voz", completou.
"Disseram que respira com a ajuda de aparelhos. Isto é mentira", garantiu.
Mandela, primeiro presidente negro da África do Sul, é atendido por uma equipe de 22 médicos em sua residência

Favor Previdenciário

“Favor Previdenciário é um roubo”, diz Sergio Nobre

Secretário geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT) fala à Radioagência NP sobre as implicações do fator previdenciário em um momento em que centrais sindicais se mobilizam para derrubá-lo

Leonardo Ferreira,
Da Radioagência NP

Desde sua criação, o fator previdenciário já atingiu 2.738.478 trabalhadores. Trata-se de um redutor criado em 1999, no governo Fernando Henrique Cardoso. É uma fórmula matemática aplicada nos pedidos de aposentadorias por tempo de contribuição.
Segundo a regra, o valor do benefício pago pela Previdência Social passou a ser calculado com base na média dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% de todo o período em que o segurado contribuiu para a Previdência.
A lei incide precisamente sobre o regime previdenciário onde estão os segurados  e aposentados mais pobres – os vinculados ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
O valor do benefício considera, além do tempo de contribuição, a idade na data de concessão da aposentadoria e a expectativa de sobrevida a partir dessa idade. O fator previdenciário prejudica os trabalhadores que pretendem se aposentar por tempo de contribuição.
Para debater as implicações do fator previdenciário, em um momento em que centrais sindicais se mobilizam para derrubá-lo, a Radioagência NP entrevistou o secretário geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sergio Nobre. Para ele, o fator previdenciário “é um roubo no valor da aposentadoria dos trabalhadores”.
Radioagência NP: Como o fator previdenciário prejudica os trabalhadores no Brasil? E qual a proposta defendida pelas centrais sindicais?
Sergio Nobre: O fator previdenciário é uma grande injustiça com os trabalhadores porque ele começa sua carreira profissional ali com 14, 15 anos de idade, que é geralmente quando começa o trabalhador brasileiro. Ele passa 35, 40 anos da vida contribuindo pelo teto da previdência e quando chega o momento dele requerer a sua aposentadoria aplicam um redutor que chega a 35, 40% do valor da aposentadoria.
Eu sempre dou um exemplo como

Nova Iorque

Nova Iorque: um novo prefeito para a capital do capital


Única noticia positiva neste mar de tristezas onde um camarada do passado se elege para seguir a política do capital são dois candidatos, Anthony Gronowicz, do Partido Verde, professor universitário, boa pessoa, vagamente de esquerda; e Daniel Fein, do Socialist Worker, montador mecânico em uma fábrica de eletrônicos, único candidato camarada a sério, com um programa socialista para os trabalhadores. Juntos tiveram quase 6 mil votos. Não é muito mas, já que ninguém registrou o feito, eu o faço 

Por Gregório Carboni Maestri
Enrique é nova-iorquino de 34 anos, puro e duro, viajado, filho de trabalhadores colombianos. É de esquerda, participou no movimento Occupy. Conhece a sub-cultura metropolitana nova-iorquina e, como muitos de sua geração, lembra com nostalgia a Nova Iorque pré-1995. Sim, a cidade era suja, perigosa, devido à introdução do crack dos anos pós-Vietnam. As conseqüências sociais do capitalismo mutante dos últimos anos 70 e a crise social produzida pelos anos Reagan despejavam na cidade desemprego, miséria, prostitutas.
Mas, ao mesmo tempo, havia oposição, um resto de oposição. Uma oposiçãozinha política, social, cultural. Eram os anos do refluxo. Mas como o beira-mar de Rockaways, em Nova Iorque, em maré baixa, o leito da praia era fértil, a areia repleta da espuma salgada, de conchas de contracultura que sobressaiam na superfície. Este refluxo foi mais complexo em Nova Iorque que em outras cidades estadunidenses.
Nova Iorque é cidade de trabalhadores, muitos dos quais públicos, organizados em sindicatos, com uma longa historia de lutas, não raro duramente reprimidas. Uma historia que vai além da caricatura de cidade de yuppies da finança. Para que se tenha uma ideia, «The Chief», um jornal muito lido e vendido em todas as bancas de Nova Iorque, se ocupa exclusivamente de questões ligadas aos trabalhadores públicos, desde 1897!
Anos Oitenta, de cultura urbana underground, popular, negra, resíduo de movimento afro-estadunidense recém-derrotado. No Bronx, em Harlem, no Brooklyn, a nova fotografia imortalizava  as ruas

UPPs

Da cidadania prometida com as UPPs à cidadania vivida de fato

Mônica Francisco*
Muito se tem discutido sobre a nova política de segurança adotada pelo Estado do Rio de Janeiro. Intelectuais, Movimentos Sociais, ONGs, artistas, entidades de Defesa dos Direitos Humanos, imprensa, enfim, toda a sociedade tem algo a dizer ou pelo menos a pensar sobre. Não se pode pensar a cidade hoje sem mencionar este novo elemento que vem compondo há cinco anos (desde 2008) a cena carioca. De lá pra cá muita propaganda, discursos entusiasmados, eleições garantidas por conta do feito prodigioso de "conter" a violência ascendente no estado e consequentemente o avanço do narcotráfico, causador de violentos confrontos decorrentes da guerra pelos territórios (favelas) que serviam como principal locus do comércio ilegal (segundo as autoridades, pela facilidade de fuga devido à topografia própria dos morros) de entorpecentes; embora alguns de nós saibamos que atribuir a violência da cidade unicamente ao tráfico de drogas é uma redução da questão da própria violência em si. 
Temos uma quantidade absurda de mortes em um trânsito extremamente violento, um número alarmante de vítimas da  violência doméstica, e o que é mais assustador: de 2001 a 2011, estima-se que ocorreram mais de 50 mil feminicídios, o que equivale a aproximadamente 5 mil mortes por ano, cerca de 472 por mês segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), mesmo com a vigência da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06). Sem contar os assassinatos de homossexuais, cuja tabela pode ser visualizada em dados disponibilizados pelo grupo Gay Atobá da Bahia, em seu site (http://www.ggb.org.br). Enfim, a

Siemens

Jornal: ex-diretor da Siemens relata 'pressão' do governo de SP em concorrência

O engenheiro Nelson Branco Marchetti, ex-diretor técnico da divisão de transportes da Siemens, relatou à Polícia Federal ter sofrido "pressão" de setores do governo de São Paulo, em 2008, para que a multinacional alemã desistisse de recurso administrativo e de medidas judiciais contra a escolha da espanhola CAF na licitação de 320 vagões para a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
De acordo com a reportagem, Marchetti é um dos seis executivos que trabalharam na Siemens e assinaram acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) para revelar a ação de carteis no setor metroferroviário que teriam conquistado licitações milionárias nos governos do PSDB Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, de 1998 a 2008. A PF investiga suposto esquema de corrupção.
Em depoimento prestado no dia 5 de novembro, o ex-executivo da Siemens afirmou, de acordo com o Estadão, que "no edital havia a exigência de um capital social integralizado que a CAF não possuía. Mesmo assim, o então governador do Estado (José Serra) e seus secretários fizeram de tudo para defender a CAF."
Ainda de acordo com a reportagem, ele disse que José Luiz Portella, secretário estadual dos Transportes Metropolitanos na época, "determinou que os concorrentes tentassem solução de subfornecimento" para demover

Alimentando a desumanidade

Paulo Moreira Leite

 Alimentando a desumanidade

Condenados à prisão em regime semiaberto, José Genoino e José Dirceu enfrentam tratamento inadequado

A prisão de 11 condenados do mensalão foi acompanhada de momentos preocupantes. Procurando as raízes do que está acontecendo, é possível chegar a articulações conservadoras que se mobilizavam contra os direitos humanos e garantias individuais – quando a democratização do país sequer completara seu curso. Vamos contar a história pelo começo, porém.
Os prisioneiros foram conduzidos ao presídio da Papuda, em Brasília, sem documentos que formalizem seu direito ao regime semiaberto, como definiu o STF.

A medida já provocou protestos formais dos advogados.

Em condições normais, me diz um dos advogados dos réus, uma atitude desse tipo se resolveria com um habeas-corpus, capaz de levar a libertação imediata dos prisioneiros.

Mas é difícil pensar que vivemos tempos normais quando o presidente do Supremo afirma que “quando as instituições se degradam, o País se degrada”, não é mesmo?

Outro drama envolve a saúde de Genoíno. Ele sofre de cardiopatia grave. Recentemente ficou no limite entre a vida e a morte, da qual escapou, segundo médicos, por uma questão de minutos, a bordo de uma ambulância que o conduziu a um hospital. Com base na avaliação médica, Genoíno já entrou

Jango


Política

Opinião

Um cenário pré-eleitoral com cara de 1964

Com juro e PIB baixos, “mercado” e empresariado rejeitam reeleição de Dilma. Presidenta associa-se a Jango, vítima de golpe que fará 50 anos às vésperas da campanha.
por André Barrocal 
 
 Marcello Casal Jr/Agência Brasil
João Goulart
Os restos mortais do ex-presidente da República João Goulart foram recebidos em Brasília com honras militares pela presidenta Dilma Rousseff
Os restos mortais do presidente deposto João Goulart chegaram quinta-feira 14 a Brasília, onde vão passar por uma perícia que é parte das investigações sobre a causa da morte dele, apontada pela ditadura como “ataque cardíaco”. A chegada mereceu uma recepção com honras dedicadas a chefes de Estado em visita ao país, por decisão de Dilma Rousseff. Antes do ato, a presidenta escrevera no Twitter, para seus dois milhões de seguidores, que se tratava de “um gesto do Estado brasileiro” e de “um dia de encontro do Brasil com a sua história”. A postura estadista de Dilma expressou-se também na organização da cerimônia, para a qual foram convidados todos os ex-presidentes vivos.
É curioso comparar a atitude

Cine Holliúdy

Cultura

Cine Holliúdy

Sem se avexar

A obstinada missão de Francisgleydson em manter o hábito das salas de cinema de pequenas cidades nordestinas
Divulgação
holliudy
Francisgleydisson (Edmilson Chaves), um homem, uma missão
Cine Holliúdy, estreia da sexta 15, impôs um feito que o mercado nacional ainda tenta assimilar. Tanto mais no momento em que o filme escapa de seu território confortável, em sintonia com um público potencial do Nordeste, e começa a se instalar nos maiores circuitos do Sudeste do País. Uma das razões para a surpreendente plateia de 700 mil espectadores desde 9 de agosto, tratando-se de produção modesta de 1 milhão de reais e elenco desconhecido, é justo o que agora poderia limitá-la. De origem cearense, a comédia de Halder Gomes seria mais bem apreciada em casa e arredores, avaliação temerária da qual o diretor tira proveito com o tom debochado, alma de seu negócio.
Essa empreitada, distante daquela linha cômica vulgar de certa fatia do cinema nacional, Gomes leva para dentro do filme. Estamos, num recurso conhecido, mas genuíno, no filme dentro do filme, e se se quiser na memória do cinema dentro de outra. Pois o diretor inspira-se em sua vivência para retroceder aos anos 1970 e contar a obstinada missão de Francisgleydisson (Edmilson Filho) em manter o hábito das salas de pequenas cidades nordestinas. Como concorrente, a tevê que chega. Um universo de tipos populares então se constrói em torno, como o político aproveitador e seus asseclas, ansiosos pelo imaginário da arte. É nada mais do que foi preferência nacional, o gênero do kung fu.
Gomes afilia-se a movimentos da comédia ingênua, como a de Mazzaropi e dos Trapalhões. Mas sabe ter um diferencial e o cultiva espertamente, exemplar da malícia e sobrevivência do nordestino aos desafios. Para o linguajar que se qualificou de “cearensês” legendas foram providenciadas. Se não funcionar, haverá um pequeno dicionário também.

Mensalão

Política

Análise - Mensalão

Com a prisão de Dirceu e Genoino, fecha-se um ciclo

O resultado final do julgamento foi o acirramento da radicalização e o primado da vingança sobre a justiça
por Luis Nassif
 A democracia se consolida nos grandes processos bem conduzidos de inclusão social e política.
Em determinados momentos da história, emergem novas forças políticas, inicialmente em estado bruto, ganhando espaço com a radicalização do discurso contra o status quo.
Em todos os tempos, as democracias passam por processos de estratificação nos quais os grupos que chegaram antes ao poder levantam um conjunto amplo de obstáculos – políticos, econômicos e legais – para impedir a ascensão dos que chegam depois.
Trava-se, então, uma luta feroz, na qual os grupos emergentes radicalizam o discurso, enfrentam as leis, as restrições e vão abrindo espaço na porrada.
É a entrada definitiva no jogo político que disciplina essas forças, enriquece a política e reduz os espaços de turbulência. Todos ganham. Rompe-se a inércia dos partidos tradicionais, amaina-se o radicalismo dos emergentes; abre-se mais espaço para a inclusão; permite-se uma rotatividade de poder que derruba a estratificação anterior.
Sem essas lideranças, as disputas políticas iniciais enveredam para o conflito permanente, deixando o legado de nações conflagradas, como na Colômbia e no México.
Daí a importância essencial

Operação Barbosa: de olho em 2014

Política

Artigo - Rodrigo Vianna

Operação Barbosa: de olho em 2014

Por que a pressa? Por que mais esse atropelo? Já não bastava o fato de lideranças do PT terem sido condenadas sem prova?
por Rodrigo Vianna — publicado 17/11/2013
Agência Brasil
Joaquim Barbosa
                                   O presidente do STF, Joaquim Barbosa
Ficou evidente a manobra eleitoral embutida na decisão do STF, de antecipar a prisão dos condenados no “Mensalão” nesse 15 de novembro. A maior parte dos juristas concorda que o normal seria esperar o “trânsito em julgado”; ou seja, só depois dos embargos infringentes (que devem ser julgados no fim do primeiro semestre de 2014) é que as prisões deveriam ser executadas.
Pimenta Neves, assassino

sábado, 16 de novembro de 2013

Che Guevara

Biógrafo de Che: “Que herói a direita tem para colocar em camisetas? Pinochet?”



Em 2007, quando o assassinato de Che Guevara completou 40 anos, a revista Veja, cujo modelo de jornalismo já conhecemos (leia aqui sobre minha experiência na semanal da Abril) publicou uma reportagem de capa, ao estilo “guia politicamente incorreto” de seus foquinhas amestrados, para tentar demolir o mito. Dias depois, uma carta pública do biógrafo de Che, o premiado jornalista norte-americano Jon Lee Anderson, desmentia o teor da reportagem praticamente por completo, acusando seu autor de ter sido parcial e desonesto (leia aqui).
“O que você fez com Che é o equivalente a escrever sobre George W. Bush utilizando apenas o que lhe disseram Hugo Chávez e Mahmoud Ahmadinejad para sustentar seu ponto de vista”, escreveu Anderson, cujo livro é apontado pela própria Veja como “a mais completa biografia de Che”. Espantosamente, este libelo de mau jornalismo vem sendo utilizado nos últimos anos pela direita indigente intelectual brasileira para tentar reduzir Che a um “assassino”, como se o contexto, uma revolução, não justificasse mortes. Tem colunista de jornal aí que só se refere a ele como “porco fedorento”. Este é o nível deles.
Mas qual o interesse dos cérberos reaças de enlamear Che Guevara? Será que é porque não tem nenhum ídolo do lado de lá para servir de modelo aos jovens a não ser torturadores, generais ditadores e exploradores da miséria