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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Documentos dizem que Roberto Marinho (Rede Globo) foi principal articulador da Ditadura Militar

Documentos dizem que Roberto Marinho (Rede Globo) foi principal articulador da Ditadura Militar 

 Em telegrama ao Departamento de Estado norte-americano, embaixador Lincoln Gordon relata interlocução do dono da Globo com cérebros do golpe em decisões sobre sucessão e endurecimento do regime

Documentos dizem que Roberto Marinho Rede Globo foi principal articulador da Ditadura Militar 

No dia 14 de agosto do 1965, ano seguinte ao golpe, o então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Lincoln Gordon, enviou a seus superiores um telegrama então classificado como altamente confidencial – agora já aberto a consulta pública. A correspondência narra encontro mantido na embaixada entre Gordon e Roberto Marinho, o então dono das Organizações Globo. A conversa era sobre a sucessão golpista.
Segundo relato do embaixador, Marinho estava “trabalhando silenciosamente” junto a um grupo composto, entre outras lideranças, pelo general Ernesto Geisel, chefe da Casa Militar; o general Golbery do Couto e Silva, chefe do Serviço Nacional de Informação (SNI); Luis Vianna, chefe da Casa Civil, pela prorrogação ou renovação do mandato do ditador Castelo Branco.
No início de julho de 1965, a pedido do grupo, Roberto Marinho teve um encontro com Castelo para persuadi-lo a prorrogar ou renovar o mandato. O general mostrou-se resistente à ideia, de acordo com Gordon.
No encontro, o dono da Globo também sondou a disposição de trazer o então embaixador em Washington, Juracy Magalhães, para ser ministro da Justiça. Castelo, aceitou a indicação, que acabou acontecendo depois das eleições para governador em outubro. O objetivo era ter Magalhães por perto como alternativa a suceder o ditador, e para endurecer o regime, já que o ministro Milton Campos era considerado dócil demais para a pasta, como descreve o telegrama. De fato, Magalhães foi para a Justiça, apertou a censura aos meios de comunicação e pediu a cabeça de jornalistas de esquerda aos donos de jornais.
No dia 31 de julho do mesmo ano houve um novo encontro. Roberto Marinho explica que, se Castelo Branco restaurasse eleições diretas para sua sucessão, os políticos com mais chances seriam os da oposição. E novamente age para persuadir o general-presidente a prorrogar seu mandato ou reeleger-se sem o risco do voto direto. Marinho disse ter saído satisfeito do encontro, pois o ditador foi mais receptivo. Na conversa, o dono da Globo também disse que o grupo que frequentava defendia um emenda constitucional para permitir a reeleição de Castelo com voto indireto, já que a composição do Congresso não oferecia riscos. Debateu também as pretensões do

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Júlio César, um brasileiro: na porta do hospital, sem atendimento.



Júlio César, um brasileiro: na porta do hospital, sem atendimento.

Mário Magalhães

Júlio César Saniba Peralva, na porta do Miguel Couto – Foto Marcelo Auler
Júlio César Saniba Peralva, na porta do Miguel Couto - Foto Marcelo Auler


Marcelo Auler, um dos mestres brasileiros do gênero mais nobre do jornalismo, a reportagem, publicou no Facebook o relato abaixo.

Enquanto muitos jornalistas fingiam não saber que o desfile da Beija-Flor foi pago com dinheiro de uma ditadura sanguinária, o bravo Marcelo Auler contava a vida como ela é.

( O blog está no Facebook e no Twitter )

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Na porta do hospital Miguel Couto, mas sem atendimento

Por Marcelo Auler

Na emergência do Hospital Municipal Miguel Couto, no sábado à noite, em pleno carnaval carioca, havia um entre e sai de pessoas. Na maioria, foliões vítimas de pequenos acidentes durante a folia momesca. Chegavam em grupos, alguns mais falantes que outros, os jovens nitidamente “alegres” por conta do teor alcóolico, promoviam algazarra maior, com um volume de voz mais alto. Mas, mesmo entre os acidentados, predominava o espírito alegre.

O curioso é que no entra e saí ninguém reparava em um senhor, aparentando mais do que os seus 52 anos, que permanecia sentado nos primeiros degraus da escada de

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Os nazistas brasileiros

Os nazistas brasileiros

Um duplo homicídio revela a existência de novos seguidores de Hitler no País, com plano político, armas e conexões no Exterior

Suzane G. Frutuoso, de Curitiba, e João Loes
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HOMENAGEM Uma festa em comemoração aos 120 anos de Hitler. Acima, Barollo preso
Neuland é uma "nova terra", onde não falta emprego aos cidadãos e o salário mínimo é de 840 euros (R$ 2,4 mil). Nesta República Federativa, o hino nacional é o último movimento da Nona Sinfonia de Beethoven e a capital foi batizada de Magno - para afirmar sua grandiosidade. Há três prédios interligados, com 200 mil metros quadrados e 160 andares cada um. Neuland poderia ser o país fictício de uma narrativa fantasiosa. Mas a mente de quem criou esta nação-babel, com 20 idiomas oficiais, é a mesma que está sendo acusada de planejar a morte de um rival, motivada por uma ideologia que já foi usada para justificar o assassinato de milhões de pessoas no século passado e se mostra viva no Brasil de 2009: o nazismo.
O paulista Ricardo Barollo, 34 anos, coordenador de projetos especiais da empreiteira Camargo Corrêa, foi apontado como mandante do crime que tirou a vida do estudante de arquitetura mineiro Bernardo Dayrell, 24, e sua namorada, a estudante Renata Waechter, 21, na madrugada de 21 de abril em Campina Grande do Sul, no Paraná, devido a uma disputa de poder. O crime descortinou uma rede organizada de nazistas no País, com ramificações em vários Estados e

Ainda dá tempo?

Política

Editorial

Ainda dá tempo?

O Brasil vive um momento sombrio de extrema gravidade e Dilma tem de agir depressa para evitar o pior
por Mino Carta 
PSDB
O PSDB está a adubar a ideia do golpe via impeachment                          

A torre de babel, emblema de uma ciclópica confusão, vale como metáfora da situação do Brasil neste exato instante. Vejamos. O PT em frangalhos a amargar uma monumental derrota parlamentar que entrega ao PMDB o comando do Congresso, com risco imponente para a continuidade do governo de Dilma Rousseff. O PSDB de Fernando Henrique a adubar a ideia do golpe via impeachment. O ajuste fiscal em pleno andamento com a tola promessa de ser pequeno enquanto o desemprego cresce e a recessão bate às portas. A Petrobras em crise aguda enquanto o juiz Moro estende o raio de ação da Operação Lava Jato em busca do epicentro da corrupção além das fronteiras da empresa petrolífera, nas próprias entranhas do poder. A iminência do drástico racionamento da água em São Paulo, ao passo que outros pontos cruciais sofrem a ameaça de serem logo engolidos pela calamidade. E a crise energética próxima da eclosão.
No que diz respeito às perspectivas na maior metrópole brasileira, atingida pela falta d’água, talvez sirva recorrer, para figurá-las, o cenário de certos filmes de Hollywood que pretendem retratar um mundo do futuro a viver o colapso ao arrepio do sacrifício da vida civilizada. Nas trevas movem-se chusmas em andrajos e desespero, mata-se por um copo d’água, enquanto os ricaços vão tomar banho em Dubai. Sem insistir na versão hollywoodiana, observo que muitos não conseguem dar-se conta do que acontecerá quando, quatro dias por semana não haverá torneira para exibir serventia. Melhor evitar detalhes que infelizmente me ocorrem, a bem

Metrô: o escândalo quase esquecido

Política

Metrô

Metrô: o escândalo quase esquecido

A Justiça bloqueia 282 milhões de reais de envolvidos no cartel

Robson Marinho
Robson Marinho não se livrou do Judiciário
A complacência da mídia, seu escasso ímpeto em investigar as estripulias do tucanato paulista, pode até dar a impressão de que o esquema de superfaturamento e propina no metrô e nos trens metropolitanos em São Paulo é um escândalo menor. Não é. Longe dos registros burocráticos sobre o caso nos principais meios de comunicação, o processo continua.
A Justiça paulista ordenou o bloqueio de 282 milhões de reais em bens da multinacional Alstom e de três ex-funcionários da empresa e de Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Marinho é acusado de, em troca de propina, obter contratos sem licitação para a Alstom com empresas de energia estaduais durante o governo

No aniversário do PT, Lula se lança candidato à Presidência em 2018

No aniversário do PT, Lula se lança candidato à Presidência em 2018


Ricardo Stuckert /Instituto Lula
Ex-presidente teria dado sinal verde para líderes do partido prepararem sua volta contra ‘salvadores da pátria’

Da Redação
A sinalização do ex-presidente Lula ao comando do Partido dos Trabalhadores de que será candidato a presidência em 2018 agitou a festa dos 35 anos do partido na última sexta-feira (6) em Belo Horizonte.
De acordo com o Brasil 247, a estratégia é começar uma série de viagens por diversos estados do Brasil para, de acordo com o governador do Piauí Wellington Dias, “conviver com mais profundidade com a população e seus problemas".
Lula acredita que com a nova investida pelo país ele consiga motivar a militância do PT e evitar que se abra um espaço político para a sucessão de Dilma Rousseff.
Jorge Vianna, governador do Acre, é outro entusiasta da volta do ex-presidente. "O país está atolado numa crise, e esse ambiente é propício para o surgimento de salvadores da pátria, corruptores e corruptíveis", disse. Vianna também