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quarta-feira, 21 de maio de 2014

China e Rússia realizam manobras militares

China e Rússia realizam manobras militares e negociam preço de gás


Em meio a tensão com os EUA, encontro fortalece relação entre Pequim e Moscou; exercício naval conjunto é inédito na história dos países
20/05/2014
do Opera Mundi
Os presidentes da Rússia, Vladmir Putin, e da China, Xi Jinping, firmaram nesta terça-feira (20/05) uma “completa associação de cooperação energética”. Além de buscar um acordo para a compra do gás russo, que ainda não foi assinado, os dois líderes também deram início a uma série de manobras militares conjuntas, inéditas na história entre os dois países.
O encontro acontece em meio à tensão diplomática na relação dos dois países com os Estados Unidos: Moscou foi alvo de novas sanções econômicas por causa da crise na Ucrânia, e militares chineses estão sendo acusados formalmente de hackear e roubar segredos comerciais de empresas norte-americanas.
Em visita à China, onde participa da Conferência sobre Interação e Medidas de Criação de Confiança na Ásia (Cica) até amanhã, Putin aproveitou para assinar com seu colega chinês diversos documentos que aprofundam as relações bilaterais e comerciais entre os dois países.
Além disso, como forma de demonstrar o alto nível de cooperação e entendimento, as forças navais chinesas e russas realizam desde hoje até a próxima segunda-feira (26) uma série de manobras navais conjuntas. Os exercícios militares serão realizados no mar da China Oriental, ocasião em que serão mobilizados 14 navios e realizados disparos com munição real.
Estas manobras "ilustram a determinação inquebrável de China e Rússia para enfrentar em conjunto as novas ameaças e os novos desafios para
garantir a segurança e a estabilidade regional", afirmou Xi, em meio a momento de tensão nas relações diplomáticas dos dois países com Washington.
Venda de gás
O executivo-chefe da empresa de energia russa Gazprom, Alexei Miller, afirmou que "as conversas continuam para buscar um compromisso sobre o contrato de gás", apesar de nenhuma das partes ter confirmado se ele será alcançado durante a visita de Putin à China, que termina amanhã.
De acordo com a Agência Efe, o atraso na assinatura, cujas negociações começaram há quase dez anos, se deve ao fato de não haver entendimento sobre o valor a ser cobrado pelo combustível. A Rússia estaria utilizando como preço de referência seus contratos com a União Europeia, enquanto a China propõe um custo mais baixo, baseado em suas importações da Ásia Central.
Alguns analistas consideram que a China conta agora com vantagem nas negociações, já que Moscou precisa obter novos compradores de gás natural e Pequim conta com outras alternativas, sobretudo nas repúblicas centro-asiáticas do Cazaquistão, Uzbequistão e Turcomenistão.
Putin, no entanto, destacou sua "alegria de ter sido informado de que as duas partes realizaram um significativo progresso", como informou a agência oficial chinesa Xinhua, sem entrar em detalhes. E reiterou que "a Rússia quer alcançar um acordo com a China em uma data antecipada".
Espera-se que os acordos assinados potencializem o comércio entre os países, que no ano passado esteve em torno de US$ 90 bilhões, menos que um terço da troca comercial entre China e Estados Unidos e um quinto do que a República Popular mantém com a União Europeia. O objetivo é elevar este montante a US$ 100 bilhões para 2015 e dobrar a cifra para 2020.
Relações exteriores
Em comunicado emitido conjuntamente, os países destacaram sua "compartilhada preocupação" sobre a Ucrânia. Pequim mantém sua postura neutra, embora rejeite as sanções das potências ocidentais pela atuação de Moscou na crise.
O texto considera também inadmissível qualquer tentativa de intervir militarmente na Síria. “Rússia e China apoiam os esforços do governo e da comunidade internacional dirigidos a completar a eliminação do arsenal químico sírio” e pedem que seja encontrada uma “maneira não discriminatória nem politizada [para os] problemas humanitários que vive a Síria”.
Sobre a questão nuclear na península da Coreia, os países consideram que os problemas devem ser solucionados por via negociada e afirmaram que devem ser encontradas “fórmulas de compromisso” para solucionar a questão nuclear iraniano.

Fonte:http://www.brasildefato.com.br/node/28578

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