Ucrânia: polícia antidistúrbios retira barricadas do centro de Kiev
A polícia antidistúrbios da Ucrânia, apoiada por
efetivos das tropas do Ministério do Interior, retirou na madrugada
desta terça-feira as barricadas do centro de Kiev, em uma operação na qual -segundo os opositores- deixou pelo menos uma dezena de feridos, nenhum deles com gravidade.
"Não posso dizer o número exato (de feridos), mas pelo menos são dez", disse o líder do partido Svoboda, Oleg Tiagnibok, na Praça da Independência,
que permanece ocupada pelos manifestantes que protestam contra a
negativa do governo em assinar um acordo de associação com a União
Europeia.
Os incidentes aconteceram no cruzamento das ruas
Liuteranskaya e Bankovskaya, onde os opositores bloqueavam um dos
acessos aos edifícios da Administração Presidencial, informou a emissora
online Gromadske.TV.
O Ministério do Interior comunicou que as ações
policiais para remover as barricadas das ruas foram realizadas em
virtude de uma decisão judicial, da qual foram devidamente informados os manifestantes.
O chefe do departamento de
Segurança em Ações de Massa
desse ministério, Oleg Matveitsov, declarou que os participantes dos
protestos se retiraram de várias ruas que estavam bloqueadas, segundo o
site Korrespondent.net.
O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, deve se
reunir hoje com seus três antecessores no cargo - Leonid Kravchuk,
Leonid Kuchma e Viktor Yushchenko - para tratar da situação no país.
Segundo a Presidência, o chefe do Estado apoia a
realização de uma mesa-redonda nacional entre governo e oposição para se
chegar a uma "solução de compromisso", após 20 dias de protestos
antigovernamentais.
A proposta foi apresentada por Kravchuk, primeiro chefe
de Estado, e de quem também partiu a iniciativa de uma reunião entre os
quatro presidentes. Recentemente, os três ex-presidentes ucranianos
assinaram uma carta aberta em apoio aos protestos populares.
Além disso, hoje é esperada a chegada da chefe da
diplomacia da UE, Catherine Asthon, em Kiev. Asthon deve se reunir com
Yanukovich e os líderes da oposição para buscar uma solução para a
crise. A União Europeia advertiu às autoridades ucranianas sobre o uso da força contra os manifestantes pacíficos.
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