Inquérito sobre cartel em licitações do Metrô de São Paulo é enviado ao STF
Da Agência Brasil
A Justiça Federal em São Paulo remeteu para o Supremo Tribunal Federal
(STF) o inquérito sobre o esquema de fraudes em licitações no sistema
de trens e Metrô de São Paulo. O envio dos autos ocorre após a menção de
nomes de autoridades que têm foro privilegiado. São apurados os crimes
de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
As investigações apontam que as empresas que concorriam nas licitações
do transporte público paulista combinavam os preços, formando um cartel
para elevar os valores cobrados, com a anuência de agentes públicos.
Em novembro, atendendo solicitação da Polícia Federal
(PF), a Justiça Federal determinou o bloqueio de cerca de R$ 60 milhões
em bens de suspeitos de participarem do esquema, como forma de garantir
o ressarcimento dos valores desviados. Foram afetadas pela decisão três
pessoas jurídicas e
cinco pessoas físicas, incluindo três ex-diretores da Companhia Paulista
de Trens Metropolitanos (CPTM). A solicitação foi feita após a PF após
tomar conhecimento que autoridades suíças, que
também investigam as
suspeitas de corrupção, encaminharam um pedido de cooperação
internacional ao Brasil.
A combinação de preços entre as empresas
que participaram de licitações para obras, fornecimento de carros e
manutenção de trens e Metrô de São Paulo também é alvo de investigação
do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério Público Federal e do Ministério Público Estadual.
O
cartel é investigado pela Operação Linha Cruzada, feita pelo Cade em
conjunto com a Polícia Federal. A investigação teve início a partir de
um acordo de leniência da empresa Siemens com o conselho, que permitiu que a empresa denunciasse as ilegalidades. Documentos e cópias de e-mails trocados entre funcionários da Siemens estão sendo analisados pelo Cade e pela Justiça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário