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sábado, 16 de maio de 2015

Conheça as tecnologias que elevaram a Petrobras ao posto de melhor do mundo

Conheça as tecnologias que elevaram a Petrobras ao posto de melhor do mundo

Produções como as BSR's deram à petroleira o maior prêmio de inovação do setor

Desenvolvida em parceria com centros de pesquisa como o Cenpes, localizado na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro,  a Boia de Sustentação de Risers (BSR) foi uma dentre as várias tecnologias produzidas por pesquisadores que garantiu o prêmio recebido pela Petrobras no Offshore Technology Conference (OTC), maior evento do mundo dedicado à área de exploração e produção de petróleo no mar. Juntamente com outras nove produções, as BSR’s formam o grupo vencedor do “Prêmio pelo conjunto de tecnologias desenvolvidas para a produção da camada Pré-sal” recebido pela empresa no último dia 7 de maio. 
Na prática, essas boias têm a função de absorver os movimentos da plataforma flutuante e diminuir os danos que eles podem causar aos risers, que são dutos responsáveis por conduzir o petróleo ou o gás do fundo do mar até a plataforma.
A exploração de petróleo "offshore", que significa em português "em alto mar", implica em muitos riscos para as empresas que se dedicam a fazer este tipo de extração, que vão desde movimentações da água do mar até a corrosão dos equipamentos causada pelo sal. Sustentando os risers, as BSR's são instaladas a cerca de 250 metros de profundidade, entre o leito marinho (fundo do mar) e a superfície. 
"Isso permite sua conexão com os FPSO's (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo) através de tramos de tubos flexíveis. Com esta configuração, os movimentos da plataforma flutuante não são transferidos integralmente aos risers rígidos, diminuindo o dano por causa da fadiga e garantindo sua vida útil mesmo em condições meteoceanográficas severas", informa o hotsite da Petrobras elaborado com o objetivo de apresentar ao público as tecnologias que a empresa desenvolveu e que pode ser acessado clicando aqui.                           Primeira Boia de Sustentação de RisersPrimeira Boia de Sustentação de Risers
As boias pesam quase duas mil toneladas e ocupam uma área de mais de 2 mil metros quadrados. Atualmente há duas delas instaladas no projeto piloto do campo de Sapinhoá e outras duas no campo de Lula (no projeto piloto na área de Lula Nordeste), com um total de nove poços em produção. 
No vídeo de apresentação do projeto, Marcus Tadeu, engenheiro de petróleo sênior da estatal, destaca que “a idéia nasceu do conjunto de técnicos da Petrobras, do Cenpes, do E&P (Exploração e Produção), e do nosso corporativo, que contratou, construiu e instalou a boia com os risers pendurados nela para checar a viabilidade da alternativa. Foi feito um trabalho extensivo com todos os órgãos da companhia para viabilizar tecnicamente essa instalação.”
Os risers são instalados por uma embarcação especial que a
Petrobras não possui em sua frota e que é contratada especialmente para efetuar este tipo de serviço. "Quando esta embarcação chegasse aqui, a unidade de produção deveria estar instalada e ancorada, pronta para receber os risers. Para evitar um conflito de cronograma entre a construção do FPSO e da parte submarina, optamos por fazer esse sistema de boias, que é desacoplado do navio. Ou seja: independente do navio de produção FPSO estar ancorado, podemos fazer a instalação do sistema submarino", explica Tadeu.
Conheça outras tecnologias que deram o prêmio à Petrobras
Conquistado pela terceira vez (também em 1992 e em 2001), o maior prêmio do setor foi dado à Petrobras também por outras tecnologias como o desenvolvimento de risers rígidos e flexíveis e metodologias como a "separação de dióxido de carbono (CO2) associado ao gás natural em águas ultraprofundas (2.220 m) com injeção de CO2 em reservatórios de produção" e o "uso do método alternado de injeção de água e gás em águas ultraprofundas (2.200 m)".
Em alguns poços do pré-sal, o petróleo produzido está associado não só à água e gás natural, mas também a CO2. O CO2 produzido é separado do petróleo e do gás natural por um sofisticado sistema de membranas, que separam as moléculas do gás carbônico dos demais fluidos, pela camada plástica de vedação. Uma vez separado, o CO2 é reinjetado, para aumentar a pressão nos reservatórios e a produtividade dos poços.
Já a técnica de injeção de água e gás em águas ultraprofundas tem como principais vantagens a otimização do gerenciamento do reservatório e a expectativa de aumento do fator de recuperação do petróleo, e está sendo utilizada e avaliada no Sistema Piloto de Lula desde junho de 2013. 
Pautada pelo desafio de produzir óleo e gás em um local de acesso limitado e sem infraestrutura de produção pré-instalada, a empresa contou com a parceria de outras petroleiras como a Petrogal Brasil, o BG Group (que agora faz parte do grupo Shell) e a Repsol Sinopec Brasil. 
"Esse é um prêmio bastante especial para a gente porque como eu falei é uma novidade para o mercado. Isto chamou a atenção do mundo inteiro. A gente considera isso uma alternativa que pode ser usada em qualquer campo, não só do Pré-sal mas em qualquer área em que a gente queira desvincular o sistema submarino da unidade de produção", comemora o engenheiro Marcus Tadeu.

 

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