Ronaldo Fenômeno: “tem que baixar o cacete mesmo”
Publicado por Luiz Flávio Gomes - http://professorlfg.jusbrasil.com.br/artigos/122188195.
“A
população tem de protestar sem violência. Nos vândalos, mascarados, tem
de baixar o cacete mesmo”. Essa declaração do nosso ídolo Ronaldo
Fenômeno foi impactante. Para nós, professores e educadores, é chocante
ver nossos ídolos estimularem a cultura da violência. Numa sociedade de
massas o efeito desse estímulo é brutal (porque se reproduz). Caminhamos
para o desastre total. Contra os vândalos, que tiraram a classe média
das manifestações (por medo), temos que tomar medidas preventivas para
evitar a violência, como a Polícia Ninja fez (com grande êxito, diga-se
de passagem); depois de tomadas todas as medidas preventivas (as que
cuidam da preservação da vida), vêm as medidas repressivas, dentro da
lei (sem abusos, sem excessos). O “baixar o cacete” reproduz a ideologia
da violência, espelhada na musicalidade de Valesca Popozuda: “É tiro,
porrada e bomba”. Claro que muita gente apoia esse tipo de comportamento
hostil, violento. É que a violência está dentro de cada um de nós (ver o
livro Somos una especie violenta?, coordenação de David Bueno) e ela aumenta ou diminui conforme a cultura e a sociedade que vivemos e criamos.
A parábola O verdadeiro poder
nos ensina muita coisa: “Havia um guerreiro e justiceiro muito violento
e cruel, como Calígula, que subjugava e matava todo mundo por onde
passava. Num determinado dia chegou num vilarejo e todos que conseguiram
escapar correram, com exceção de um velhinho sábio. O guerreiro não
quis matá-lo prontamente e permitiu um último desejo. O velhinho então
pediu para que o justiceiro fosse até o bosque e cortasse com sua espada
o galho de uma árvore. Isso foi feito. Em seguida o velhinho disse:
“Agora retorne lá e recoloque esse galho na árvore”. O justiceiro deu
uma gargalhada e disse que isso era impossível. O velhinho, então,
disse: Louco é quem pensa que tem poder só porque destrói as
coisas e
mata as pessoas que encontra pela frente. Quem só sabe destruir, matar e
discursar em favor da violência não tem poder. Poder tem aquela pessoa
que sabe juntar o que está partido, unir o que foi separado, prevenir o
dano e reviver o que parece morto. Essa pessoa é a única que tem o
verdadeiro poder”.
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