São Paulo - O advogado André Zanardo, que auxilia a família do estoquista Fabrício Proteus Chaves, de 22 anos, afirmou que o rapaz não é adepto da tática black bloc. Baleado no tórax e na região genial por policiais militares no sábado, 25, ele permanece em estado grave na Santa Casa.
"O Fabrício não é adepto da tática. Além disso,
estava de branco, não estava mascarado, usava camiseta branca e calça
jeans azul (os black blocs normalmente se vestem de preto)", diz
Zanardo, do grupo Advogados Ativistas. Em nota, a Secretaria de Estado
da Segurança Pública (SSP) afirma que o rapaz é black bloc e atacou os
policiais.
Para o advogado, a polícia tenta incriminar o
rapaz que tinha conduta pacífica e tentava fugir do tumulto na
manifestação, que acabou com 135 detidos. De acordo com Zanardo, o rapaz
aderiu às manifestações devido ao problema de mobilidade urbana na
cidade.
Ele faz curso técnico na Etec Getúlio Vargas, no
Ipiranga, e mora na região de Congonhas. "Ele já não estava conseguindo
estudar porque às vezes não tinha dinheiro para a passagem. Em outras,
tinha
dificuldade porque o transporte demorava muito", afirma o
advogado. O rapaz também iria tentar fazer faculdade de engenharia
mecânica.
Proteus trabalha como estoquista em uma loja na
25 de Março, na região central. Lá, ele é elogiado por colegas. "A
conduta profissional dele é excelente. Não chega atrasado, é um
funcionário assíduo", afirma Antonio Marinho da Silva Neto, de 52 anos,
encarregado do estoque da loja. Segundo ele, a função do rapaz é repor
material da área de vendas.
O caso de Proteus foi assumido
pela Defensoria Pública, que acusa a Polícia Militar de atuar de forma
violenta nos protestos. Ele segue sedado, na Unidade de Terapia
Intensiva da Santa Casa. A situação dele é grave, porém estável.
Fonte: noticias.bol.uol.com.br
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