A quantas anda a crise?

É preciso construir um modelo alternativo
ao do capital internacional. Mas isso não se faz de um dia para outro.
Um novo projeto, que só pode ser um projeto socialista, precisa de
décadas para ser construído pelos trabalhadores
Por Vito Giannotti
O ano de 2014 começou. Mil assuntos. Copa do Mundo, eleições, manifestações, repressão, remoções. E mais: aborto, casamento gay, maconha e muitos mais. Sim, mas a grande pergunta é como vai ficar a crise. Vai ser marola ou vai ser tsunami? O mundo todo fala de crise, mas, e para nós no Brasil, como vai ficar?
Vamos
primeiro olhar o mundo e depois pensar no Brasil. Os jornais da Europa
não cansam de falar de Grécia, Itália e Espanha e até de Portugal e
Irlanda. Lá a situação é trágica. Desemprego que vai de 12 a 25% nos
três primeiros países. Entre os jovens de até 25 anos chega aos 50%. Ou
seja, metade dos jovens não tem emprego. E os bicos que encontram são de
um dia ou dois por semana e sem direito algum. Em todos estes países
europeus, que são vítimas da crise, os salários perderam de 10% a 20% do
valor desde a explosão da tal crise em 2008. Em todos eles, a saúde
pública foi destruída ou está sendo. Ou seja, para mais da metade da
população não há assistência nenhuma. Em todos – Grécia, Itália e
Espanha – a aposentadoria foi detonada. Seu valor abaixou e a idade de
se aposentar aumentou. Em resumo, o que se chamou de estado
de
bem-estar social foi pro
beleléu. Na verdade, nunca existiu. Era um
estado com um certo bem-estar social. Ok, mas até isso foi comido pela
crise.
Crise para uns e Farra para outros. Mas esta crise tem
explicação. A crise é para os trabalhadores, para o povo. Para os
banqueiros, empresários, enfim para os de cima, a crise é mais um
estímulos para ganhar dinheiro. Claro, nas costas de alguém. E este
alguém são os trabalhadores. Daí o desemprego, o arrocho salarial, a
subida dos alugueis, a retirada de direitos, a falta de dinheiro para a
saúde pública, para a educação, para os serviços básicos. Quem faz a
festa são os bancos, as financeiras e o grande capital internacional,
que vive dos juros que estes países em crises continuam a pagar.
Mas, isso é lá fora... o Brasil está salvo.
Há
os que pensam que no Brasil é diferente. Mas, qual é o projeto do nosso
país? Estamos livres do FMI, da dívida externa e do mesmo projeto
neoliberal que está detonando os trabalhadores da Grécia, Itália e
Espanha? Absolutamente não. É preciso construir um modelo alternativo ao
do capital internacional. Mas isso não se faz de um dia para outro. Um
novo projeto, que só pode ser um projeto socialista, precisa de décadas
para ser construído pelos trabalhadores. É preciso debater este projeto,
na imprensa dos trabalhadores, em assembleias populares, em movimentos
vivos, movimentos de bairros, sindicatos, movimentos artísticos e
culturais. Em tudo, enfim. E aí? Mãos à obra.
Fonte: Brasil de Fato
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