Opinião - Quem comanda a tropa?
O esclarecimento da morte do pedreiro Amarildo de Souza, a
partir das denúncias que estão sendo feitas, causa perplexidade pelo número de envolvidos,
que até o momento chega a 25 policiais que participaram direta ou indiretamente
do assassinato. Ao mesmo tempo em que essas revelações vão esclarecendo os
fatos, levantam também outras dúvidas sobre o caso e que devem ser
esclarecidas. São 25 pessoas envolvidas. Um verdadeiro batalhão. E quem
comanda?
Apesar da prisão do major Edson Santos, que comandava a UPP
da Rocinha, e que supostamente seria o principal responsável pelo massacre, a
quem ele estava subordinado e prestava conta de seu trabalho, conforme a rotina
dentro da hierarquia de uma força de segurança pública? E se não prestava nenhuma
satisfação, se agia por conta própria, é preciso esclarecer essa falha,
inadmissível, na corporação.
Os promotores do Ministério Público estadual, que estão fazendo
as denúncias dos envolvidos no caso Amarildo, não devem suspender o trabalho
apenas com os envolvidos
diretamente no caso. As investigações devem prosseguir
até que se esclareça por completo esse caso que, ao que tudo indica, tem ainda
muitos esclarecimentos a serem feitos.
Passaram-se 90 dias para que as investigações começassem a
mostrar algum resultado e, durante todo esse tempo, não houve a menor iniciativa
das forças de segurança para fazer investigações internas que pudessem
esclarecer os fortes indícios da participação de policiais na morte de
Amarildo. O porquê dessa demora, entre outras dúvidas, precisa ser esclarecido
pelo Ministério Público.
Fonte: http://www.jb.com.br
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