Medo de violência faz lojistas fecharem comércio e causa prejuízos ao setor durante protesto
Temendo que a manifestação dos trabalhadores ligados a 7 centrais sindicais que ocuparam a Praça do Ferreira,
no Centro, por aproximadamente 4 horas, fosse violenta e cedesse espaço
para oportunistas praticarem saques em estabelecimentos, alguns
lojistas e funcionários do comércio optaram por fechar as portas durante
a manhã desta quinta-feira (11).
Alguns lojistas fecharam o comércio após o número de manifestantes aumentarem no Centro
Alguns lojistas fecharam o comércio após o número de manifestantes aumentarem no Centro
O presidente do Sindicato dos Lojistas de Fortaleza (Sindilojas), Cid Alves, afirmou que a maioria dos estabelecimentos fechou, causando prejuízos ao comércio.
"Não houve atos de vandalismo, mas a maioria dos lojistas fechou o
comércio com receio. As lojas que optaram por ficarem abertas também
acabaram sofrendo prejuízos com a divulgação de que havia lugares
fechados", salientou o presidente.
O gerente de uma loja de eletro-eletrônicos, Élvis Almeida, foi um dos prejudicados pela manifestação. Após ouvir um boato de arrastão, ele preferiu fechar quase todos os portões do estabelecimento, deixando apenas um pequeno espaço para a entrada dos clientes.
"Houve prejuízos. Não há como evitar isso. Essa manifestação e essas
portas fechadas inibem os clientes", explicou. O comandante do 5º
Batalhão da Polícia Militar, Coronel Souto, no entanto, negou que houve
assaltos a alguma loja do Centro.
Já o gerente de uma loja de roupas, Francisco Medeiros, lamentou a
realização do protesto no Centro ao alegar que teve que fechar
parcialmente a loja após ser pressionado por alguns manifestantes.
Com medo de que a manifestação pacífica se transformasse em um ato
violento, muitas lojas preferiram evitar o funcionamento normal durante a
manhã. Apesar da tensão, o protesto pacífico não prejudicou a
movimentação em alguns estabelecimentos.
O gerente de vendas de um loja de calçados, Rogério Rodrigues, afirmou que a movimentação dos clientes
aconteceu normalmente. Ele esclareceu que a orientação da diretoria foi
abrir a loja, mas ressaltou que precauções foram tomadas para evitar
problemas.
"Enquanto o protesto acontecer de forma pacífica, nós continuaremos
abertos. Mas claro que estamos tomando alguns cuidados. Todas as barras
que sustentam os portões de ferro estão prontas para caso haja a
necessidade de fechar a loja imediatamente", revelou o gerente.
Turistas não se inibem com protesto
Os gritos de protesto na Praça do Ferreira não assustaram os turistas
de Portugal que foram ao Centro fazer compras. A cearense Liliane
Torres mora há 6 anos em Lisboa. Ela levou até a Praça do Ferreira
integrantes da família, que são portugueses, sem temer problemas na
manifestação.
"Soubemos pelo noticiário que haveria uma manifestação na Praça do
Ferreira, mas viemos sem medo. Em Portugal, vimos muitas reportagens
tratando sobre a violência dos protestos recentes no Brasil, mas
pensamos que seria tranquilo mesmo assim", destacou Liliane.
Mesmo com o protesto, a estudante Raquel Santos levou até o filho ao
Centro, apesar do medo de que acontecesse algum problema. "Fiquei um
pouco receosa, mas tinha que vir", justificou.
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