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terça-feira, 20 de novembro de 2018

LUIZ GONZAGA

LUIZ GONZAGA GRAVA “ASA BRANCA” NO RIO DE JANEIRO

                                       
                                       Há 71 anos… dia 3 de março de 1947.

Luiz Gonzaga grava "Asa Branca" no Rio de Janeiro

Se o carioca Euclides da Cunha e o alagoano Graciliano Ramos abordaram o tema em palavras – com Os Sertões e Vidas Secas, respectivamente -, foi pela voz do pernambucano Luiz Gonzaga que o Brasil de fato conheceu, em música, a dura vida do sertanejo nordestino.
“A partir de ‘Asa Branca’ o Brasil viu o drama através da voz do próprio nordestino. É dessas coisas que a poesia e a literatura conseguem fazer, transportar através da linguagem as pessoas a vivenciar a dor do outro”, explicou o professor e historiador Armando Andrade, em
reportagem do G1 sobre os 70 anos de gravação do hino não oficial do Nordeste.
Em 3 de março de 1947, Gonzagão entrou nos estúdios da RCA Victor, no Rio, para registrar a composição que havia criado com o cearense Humberto Teixeira, meses antes, ali mesmo, na então capital federal.
O encontro da dupla aconteceu, precisamente, no centro do Rio, mesmo local onde, quase uma década depois, se iniciaria a união entre Tom e Vinicius, como lembra a ótima reportagem de José Teles no Jornal do Commercio desta sexta-feira.
Combinado por telefone, o rendez-vous de Gonzaga e Teixeira gerou inúmeros futuros sucessos, como “Baião”, “No Meu Pé de Serra” e “Juazeiro”. Nada, porém, superaria “Aza Branca”, à época escrita assim mesmo, com “Z”.
O curioso é que a RCA não botou muita fé na música. Tanto que a colocou no lado B do compacto lançado em maio, com a hoje esquecida “Vou pra Roça” no lado A.
Não foi só a gravadora que duvidou do potencial da canção. Líder do grupo que acompanhou Gonzagão na gravação, Canhoto virou-se para o futuro “Rei do Baião” após o registro e disse que “Asa Branca” era música para cego pedir esmolas.
Ledo engano do comandante do Regional do Canhoto. A versão em forma de toada foi sucesso instantâneo e até levou Gonzagão para o cinema. Ele aparece tocando “Asa Branca” em “Este Mundo é um Pandeiro”, filme também de 1947.
Ao longo dos anos, o músico e compositor gravaria inúmeras variações da canção, que também ganharia interpretações de uma imensa gama de outros artistas, tanto brasileiros quanto estrangeiros.
Em 1968, um boato dando conta de que os Beatles gravariam “Asa Branca” se espalhou, ganhou proporções colossais e status de verdade! Isso mesmo.
Mas essa lenda fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Gravação original:



Luiz Gonzaga, com Sivuca e Fagner:




A linda e triste versão de Caetano Veloso:

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