'O primeiro a ser comido vai ser o Aécio', mostra gravação de ministro sobre a Lava Jato
do BOL, em São Paulo
-
Ueslei Marcelino/Reuters
12.mai.2016
- O senador Aécio Neves (PSDB-MG) aparece sorridente ao lado do
presidente interino Michel Temer (PMDB) durante cerimônia de posse de
ministros. Segundo gravações envolvendo o ministro do Planejamento
Romero Jucá, Aécio seria um dos primeiros prejudicados do PSDB pela
Operação Lava Jato e seria preciso deter as investigações
Divulgadas pela Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (23), conversas gravadas em março
do senador Romero Jucá (PMDB-RR), atual ministro do Planejamento do
governo Temer, revelam o temor pela Operação Lava Jato por conta de
"potenciais danos" que as investigações poderiam ocasionar a vários
partidos e personalidades do cenário político. Aécio Neves, que foi
candidato à Presidência, aparece como um dos principais nomes que seriam
prejudicados.
Num diálogo de Jucá com o ex-presidente da
Transpetro Sérgio Machado, o ministro comenta que "todo mundo está na
bandeja para ser comido". Machado, então, afirma que "o primeiro a ser
comido vai ser o Aécio [Neves (PSDB-MG)" e acrescenta: "O Aécio não tem
condição, a gente sabe disso, porra. Quem que não sabe? Quem não conhece
o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB...".
"É, a gente viveu tudo", completa Jucá, sem avançar nos detalhes.
Machado tenta refrescar a memória de Jucá: "O que que a
gente fez
junto, Romero, naquela eleição, para eleger os deputados, para ele
[Aécio] ser presidente da Câmara?" Não houve resposta de Jucá. Aécio
presidiu a Câmara dos Deputados entre 2001 e 2002.
Machado diz que a "situação é grave" porque "eles", em referência à força tarefa da Lava Jato, "querem pegar todo mundo".
Jucá concorda, ironizando o plano. "Acabar com a classe política para ressurgir, construir uma nova casta, pura", afirma.
Segundo a Folha, o atual ministro do Planejamento também confidenciou a
Machado as dificuldades que o PMDB vinha enfrentando para "a solução
Michel", que seria a posse do vice-presidente no lugar de Dilma
Rousseff. O único empecilho, disse Jucá, era o presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL).
"Só Renan que está contra essa porra.
'Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha'. Gente,
esquece o Eduardo Cunha. O Eduardo Cunha está morto, porra", afirma Jucá
no diálogo, que foi gravado.
"O Renan reage à solução do
Michel. Porra, o Michel, é uma solução que a gente pode, antes de
resolver, negociar como é que vai ser. 'Michel, vem cá, é isso e isso,
isso, vai ser assim, as reformas são essas'", disse Jucá ao
ex-presidente da Transpetro.
De acordo com a Folha, a assessoria
de Aécio Neves (PSDB-MG) afirma que ele "desconhece e estranha os
termos dessa conversa". "Ele foi eleito presidente da Câmara em 2001 por
maioria absoluta dos votos em uma disputa que contou com outros nove
candidatos, tendo sido essa eleição amplamente acompanhada pela
imprensa".
A assessoria de Renan Calheiros (PMDB-AL) não foi localizada pela Folha.
Ministro do STF suspendeu investigações de Aécio
No dia 12 de maio, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes suspendeu a fase de coleta de provas
sobre o envolvimento de Aécio no esquema de propina ligado a Furnas. A
decisão ocorreu menos de 24 horas depois da autorização de abertura de
um inquérito contra o presidente do PSDB. Inclusive o depoimento de
Aécio foi cancelado.
Um segundo pedido de abertura de inquérito contra Aécio no STF também tem Gilmar Mendes como relator.
'O primeiro a ser comido vai ser o Aécio', mostra gravação de ministro sobre a Lava Jato
do BOL, em São Paulo
- Ueslei Marcelino/Reuters
12.mai.2016 - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) aparece sorridente ao lado do presidente interino Michel Temer (PMDB) durante cerimônia de posse de ministros. Segundo gravações envolvendo o ministro do Planejamento Romero Jucá, Aécio seria um dos primeiros prejudicados do PSDB pela Operação Lava Jato e seria preciso deter as investigações
Divulgadas pela Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (23), conversas gravadas em março
do senador Romero Jucá (PMDB-RR), atual ministro do Planejamento do
governo Temer, revelam o temor pela Operação Lava Jato por conta de
"potenciais danos" que as investigações poderiam ocasionar a vários
partidos e personalidades do cenário político. Aécio Neves, que foi
candidato à Presidência, aparece como um dos principais nomes que seriam
prejudicados.
Num diálogo de Jucá com o ex-presidente da
Transpetro Sérgio Machado, o ministro comenta que "todo mundo está na
bandeja para ser comido". Machado, então, afirma que "o primeiro a ser
comido vai ser o Aécio [Neves (PSDB-MG)" e acrescenta: "O Aécio não tem
condição, a gente sabe disso, porra. Quem que não sabe? Quem não conhece
o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB...".
"É, a gente viveu tudo", completa Jucá, sem avançar nos detalhes.
Machado tenta refrescar a memória de Jucá: "O que que a
gente fez
junto, Romero, naquela eleição, para eleger os deputados, para ele
[Aécio] ser presidente da Câmara?" Não houve resposta de Jucá. Aécio
presidiu a Câmara dos Deputados entre 2001 e 2002.
Machado diz que a "situação é grave" porque "eles", em referência à força tarefa da Lava Jato, "querem pegar todo mundo".
Jucá concorda, ironizando o plano. "Acabar com a classe política para ressurgir, construir uma nova casta, pura", afirma.
Segundo a Folha, o atual ministro do Planejamento também confidenciou a
Machado as dificuldades que o PMDB vinha enfrentando para "a solução
Michel", que seria a posse do vice-presidente no lugar de Dilma
Rousseff. O único empecilho, disse Jucá, era o presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL).
"Só Renan que está contra essa porra.
'Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha'. Gente,
esquece o Eduardo Cunha. O Eduardo Cunha está morto, porra", afirma Jucá
no diálogo, que foi gravado.
"O Renan reage à solução do
Michel. Porra, o Michel, é uma solução que a gente pode, antes de
resolver, negociar como é que vai ser. 'Michel, vem cá, é isso e isso,
isso, vai ser assim, as reformas são essas'", disse Jucá ao
ex-presidente da Transpetro.
De acordo com a Folha, a assessoria
de Aécio Neves (PSDB-MG) afirma que ele "desconhece e estranha os
termos dessa conversa". "Ele foi eleito presidente da Câmara em 2001 por
maioria absoluta dos votos em uma disputa que contou com outros nove
candidatos, tendo sido essa eleição amplamente acompanhada pela
imprensa".
A assessoria de Renan Calheiros (PMDB-AL) não foi localizada pela Folha.
Ministro do STF suspendeu investigações de Aécio
No dia 12 de maio, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes suspendeu a fase de coleta de provas
sobre o envolvimento de Aécio no esquema de propina ligado a Furnas. A
decisão ocorreu menos de 24 horas depois da autorização de abertura de
um inquérito contra o presidente do PSDB. Inclusive o depoimento de
Aécio foi cancelado.
Um segundo pedido de abertura de inquérito contra Aécio no STF também tem Gilmar Mendes como relator.
Nenhum comentário:
Postar um comentário