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sábado, 12 de março de 2016

'Fizeram Burrice'

Ditadura militar prendeu Lula por 31 dias em 1980

Do UOL, em São Paulo
  • Acervo Instituto Lula
    O então líder sindical Luiz Inácio Lula da Silva em foto de seu fichário no Dops, em 1980  
  • O então líder sindical Luiz Inácio Lula da Silva em foto de seu fichário no Dops, em 1980
Alvo de um pedido de prisão preventiva do Ministério Público de São Paulo, o
Ministério Público de São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou 31 dias na prisão em 1980 por liderar uma greve dos trabalhadores no ABC Paulista. O então líder sindical foi enquadrado na LSN (Lei de Segurança Nacional) pela ditadura militar.
Lula foi preso em 19 de abril de 1980, no 17º dia do movimento grevista daquele ano. O encarceramento se deu na sede do Dops (Departamento de Ordem Política e Social), em São Paulo, que era comandado à época pelo delegado Romeu Tuma (1931-2010).

Em depoimento gravado à Comissão Nacional da Verdade, o ex-presidente afirmou que os militares cometeram uma "burrice" ao prendê-lo. "O que aconteceu quando eles me prenderam? Foi uma motivação a mais para a greve continuar, as mulheres fizeram uma passeata muito bonita em São Bernardo do Campo, depois foi aquele primeiro de maio histórico, em que foi o Vinícius de Moraes, e a
greve durou mais quase 30 dias", disse o ex-presidente, em depoimento gravado em vídeo, em dezembro 2014.

Ainda, no mesmo depoimento, Lula elogiou o tratamento recebido na cadeia, onde fez uma greve de fome que durou seis dias e chegou assistir a uma partida do Corinthians, time de sua predileção. Ele chegou a ser liberado para acompanhar o enterro da mãe.

"Quando nós fomos presos, uma coisa que o Tuma ficava indignado era quando ele interrogava um cara que tinha uma formação ideológica de algum grupo político. O Tuma dizia: 'Esse pessoal, quando interrogado, tem toda uma história certinha para contar, parece que estudou e decorou um ritual'. Os metalúrgicos não, a gente falava a única coisa que a gente sabia, ou seja, por que a gente fez greve? Porque a gente queria aumento de salário. E o que deixava o Tuma indignado, era que o discurso era um só, a explicação nossa era uma só, não tinham duas explicações", afirmou o ex-presidente em depoimento à Comissão Nacional da Verdade.

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