Mais 30% de brasileiros dizem que já sofreram crime ou ofensa no País
Três em cada dez brasileiros que vivem em cidades com mais de 15 mil habitantes dizem ter sofrido ao longo da vida algum dos 12 tipos de crimes ou ofensas contemplados na Pesquisa Nacional de Vitimização, divulgada nesta quinta-feira pelo Ministério da Justiça.
Além disso, dois em cada dez foram vítimas desses casos pelo menos uma
vez nos 12 meses anteriores ao levantamento. Agressões e ameaças são os
mais comuns, com 14,3% dos entrevistados tendo sofrido situações do tipo
nesse período. Em seguida, aparecem relatos de discriminação (10,7%),
furtos de objetos (9,8%) e fraudes (9,2%).
Além desses itens,
também compõem o levantamento, feito pela primeira vez no Brasil, em
parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud),
acidentes de trânsito
(4,2%), roubo de objeto (3,6%), furto de
carro (1,0%), ofensa sexual
(0,8%), furto de moto (0,4%), roubo de carro (0,4%), roubo de moto
(0,2%) e sequestro relâmpago (0,1%). Ao todo, foram entrevistadas 78 mil
pessoas, em 346 municípios, no período de junho de 2010 a maio de 2011 e
de junho de 2012 a outubro de 2012.
A pesquisa destaca que a
maior parte das ocorrências relatadas se dá dentro da casa da vítima
(38,3%) ou em locais próximos, como a rua onde mora (33,3%), seu bairro
(14,9%) ou na garagem de sua residência (11,1%). Em geral, os casos mais
comuns no ambiente doméstico são furto de objetos (53,9%), agressões (34,2%) e ofensas sexuais (21,7%). Furto e roubo
de automóveis são mais frequentes na rua onde vivem (40,7% e 31,5%,
respectivamente). O local de trabalho está mais associado à
discriminação (20,5%), à agressão (15,3%) e ao furto de objeto (12,6%).
Na maioria dos casos relatados, considerando todos os crimes e ofensas,
não há uso de nenhum tipo de arma (72,5%) nem ferimentos (81,6%).
O levantamento traz um recorte específico para os casos de agressão, ofensa
sexual e discriminação e revela que, na maioria das vezes, o autor da
ofensa era conhecido da vítima, mesmo que de vista. O tipo de ofensa em
que isso menos ocorre é na sexual, onde pouco menos da metade dos
agressores (49,3%) é um desconhecido. Entre os que sofreram
discriminação, destacam-se como agressores pessoas que a vítima conhece
de vista (17%), mas também amigos com quem convive no dia a dia (11,1%).
Nos casos de agressão e ameaça, os acusados, além de serem conhecidos
de vista pela vítima (11,9%), também são, em boa parte, seus vizinhos
(10,7%).
A análise regional aponta que o Norte (30,5%) tem a mais
elevada taxa de vitimização do país, considerando os 12 meses anteriores
à pesquisa. Amapá (46%) e Pará (35,5%) são os Estados com os índices
mais altos. Por outro lado, o Sul tem o mais baixo (17,2%), sendo Santa
Catarina (17%), o Rio Grande do Sul (17,2%) e o Paraná (17,4%) os
estados com menores taxas de vitimização nos 12 meses anteriores ao
levantamento.
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