Merkel telefona a Obama para exigir explicações sobre espionagem
BERLIM — Diante da suspeita de que seu telefone celular foi espionado
pela Agência Nacional de Segurança (NSA, em inglês) dos Estados Unidos,
a chanceler alemã, Angela Merkel, telefonou rapidamente para o
americano Barack Obama nesta quarta-feira para exigir explicações. Em
Washington, a Casa Branca negou as acusações. As informações, da revista
“Der Spiegel”, foram confirmadas pelos serviços secretos alemães.
“Enviamos
rapidamente um pedido a nossos parceiros americanos para um
esclarecimento imediato e detalhado depois de obter indícios sólidos de
espionagem”, disse o porta-voz alemão, Steffen Seibert, em comunicado.
De acordo com
Seibert, Merkel deixou claro a Obama que, se a informação for correta, é
“completamente inaceitável” e representa uma “grave violação da
confiança”. Pouco depois, a Casa Branca informou que Obama garantiu à
chanceler alemã que Washington não interferiu em suas comunicações.
- (A NSA) não a está espionando agora e nem o fará - afirmou o porta-voz Jay Carney.
Uma
inspeção dos serviços secretos alemães e da Agência de Segurança
Federal levou o governo alemão a considerar que a suspeita de espionagem
é “plausível”, motivo
pelo qual procurou explicações de Washington. A
reação do governo alemão, mais forte que o normal, é consequência de uma
investigação aberta da “Der Spiegel”, que indica que a agência
americana colocou as conversas telefônicas da chanceler como um de seus
objetivos.
Mais cedo, o diretor de Inteligencia dos Estados
Unidos, James Clapper, negou outras denúncias, do jornal francês “Le
Monde”, que que acusou a NSA de ter espionado mais de 70 milhões de
ligações telefônicas na França. O diário também revelou que os EUA
monitoraram diplomatas franceses e usaram a informação para influenciar
uma votação-chave da ONU sobre o Irã em 2010.
No domingo, a “Der
Spiegel” já havia revelado que a NSA teria hackeado os e-mails trocados
pelo ex-presidente mexicano Felipe Calderón. O monitoramento rendeu aos
EUA informações privilegiadas sobre a política do país e foi perpetrado
por uma unidade específica, encarregada de missões consideradas
difíceis. Na terça-feira, o governo informou que irá convocar o
embaixador dos EUA no país para prestar esclarecimento sobre as
revelações. De Genebra, o chanceler mexicano, José Antonio Meade,
afirmou que o presidente do México, Enrique Peña Nieto, ordenou uma
investigação exaustiva.
As revelações do ex-técnico da CIA Edward
Snowden sobre o alcance e os métodos da NSA, incluindo o acompanhamento
de grandes volumes de tráfego de Internet e registros telefônicos,
desagradaram aliados dos EUA, da Alemanha ao Brasil.
Fonte: http://oglobo.globo.com/
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