Mosquito da dengue transgênico pode ser liberado no Brasil
Desde junho de 2013, moradores do município baiano de Jacobina fazem
parte de um projeto que pretende acabar com a dengue na região sem uso
de produtos químicos. Conhecida como Cidade do Ouro ou Princesinha do
Sertão, o município de pouco mais de 80 mil habitantes testa a liberação
controlada de mosquitos Aedes aegypti geneticamente modificados no ambiente.
O método consiste em inserir um gene letal no mosquito macho (que não
transmite a doença) criado em laboratório, que o repassa à fêmea
selvagem durante a cópula. Com isso, a fêmea acaba gerando filhotes que
morrem prematuramente.
O projeto, fruto de uma parceria entre
pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da ONG Moscamed,
tentam comprovar que a liberação dos mosquitos pode reduzir o tamanho da
população de transmissores da dengue. Por enquanto, o trabalho é
financiado com recursos da Secretaria de Saúde da Bahia.
Em julho de 2012, o então ministro da saúde Alexandre Padilha, inaugurou
uma fábrica de machos estéreis transgênicos na cidade, com capacidade
de produzir 4 milhões de insetos por semana.
A iniciativa
recebeu o nome de Projeto Aedes Transgênico (PAT). Ainda que pareça
distante dos grandes centros, a novidade pode chegar em breve ao resto
do Brasil. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) pode
aprovar em sua reunião de amanhã a liberação comercial da patente, que
pertence à britânica Oxitec. O processo, em que a Oxitec é a
beneficiária, só não foi aprovado ainda devido a um pedido de vistas de
integrantes do colegiado.
O experimento, segundo os
responsáveis, já reduziu a população de transmissores de dengue em mais
de 50%. Os críticos ao experimento, porém, são radicalmente contra o
projeto. "É a primeira vez que um produto ainda não liberado para
comercialização é testado em humanos. Seria como se a Monsanto pedisse a
liberação de uma soja e, antes mesmo da aprovação, a empresa já a
comercializasse. Hoje, a população de Jacobina está sendo feita de
cobaia", disse um membro da CTNBio.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/
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