Cabral recusa ajuda federal, e diz que não vai se mudar do Leblon
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, disse
nesta sexta-feira que negou ajuda do governo federal para policiar as
manifestações que vêm sendo realizadas na cidade. Segundo ele, a
presidente Dilma Rousseff ofereceu apoio em telefonema dado ontem, mas
ele declarou que o contingente de segurança fluminense está preparado
para conter protestos.
“A presidente Dilma me ligou, manifestando
solidariedade, apoio e mostrando estarrecimento com os fatos. Se colocou
à disposição no que fosse preciso, mas eu disse que não era necessário e
que as forças de segurança estarão presentes”, afirmou, em entrevista
coletiva concedida no início da tarde desta sexta-feira.
Cabral informou ainda que não pretende se mudar do
Leblon, onde sempre morou. O bairro vem sendo palco de diversos
protestos contra o governador, pontuados por confrontos entre
manifestantes e a polícia e depredações. A residência oficial do
governador é no Palácio Laranjeiras, que, segundo Cabral, passa por
reformas.
“Fizemos a opção pela casa em que morávamos. O Palácio
Laranjeiras está em obras. Permaneço onde moro”, observou. O governo
anunciou a criação de uma comissão especial, com membros da cúpula da
segurança e do Ministério Público, para investigar atos de vandalismo
que vem ocorrendo nas manifestações. Um representante do MP presidirá o
grupo, que, na visão de Cabral, poderá dar maior coordenação, agilidade e
eficiência às investigações.
“Envolvimento direto do MP com a área de segurança do
governo será de grande valia para a eficiência das investigações, a
elucidação de crimes e aplicação da lei. Dará maior efetividade às
investigações, que é o que a sociedade deseja. Estamos respondendo
diante de atos que deixaram todos indignados e perplexos”, comentou
Cabral.
Sem elencar nomes, Cabral acusou organizações
internacionais de incitarem os manifestantes a cometerem atos de
vandalismo. Para o governador, confronto em manifestações sempre
ocorreram, mas os distúrbios estão atingindo outro patamar.
“Sabemos que há presença de organizações internacionais
estimulando vandalismo e quebra-quebra. Por isso, a importância dessa
coesão do MP para agilizar as apurações”, pontuou.
Sobre a visita do Papa Francisco na Jornada Mundial da
Juventude, Cabral confirmou que uma recepção ao chefe da Igreja Católica
será feita no Palácio Guanabara, com a presença da presidente Dilma
Rousseff. Diante da promessa de manifestações, chegou-se a cogitar
mudança no endereço deste encontro. Apesar da perspectiva de protestos, o
governador destacou ter uma expectativa positiva sobre o evento. “Tenho
certeza que será clima de amor, respeito e fraternidade, mesmo aqueles
que não são católicos”.
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