Trabalhadores da CSP deflagram nova greve
Cerca
de quatro mil trabalhadores decidiram, em assembleia geral, na manhã de
ontem, paralisar suas atividades no canteiro de obras da Companhia
Siderúrgica Pecém (CSP), na região do Complexo Industrial e Portuário do
Pecém (CIPP), no município de São Gonçalo do Amarante. Eles alegam
estar sofrendo maus-tratos por parte de encarregados e engenheiros;
falta de uma área de vivência; carteiras de trabalho retidas; falta de
higiene nos banheiros; jornadas de trabalho em desacordo com a
legislação; não pagamento de cesta básica, corte no benefício de plano
de saúde e até agressões físicas.
Uma
nova assembleia foi marcada para o próximo dia 22, mas até lá os
trabalhadores – que são funcionários da Posco E&C do Brasil,
continuarão parados. O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de
Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem do Estado
do Ceará (Sintepav-CE) espera que a solução dos problemas seja imediata,
visto a insatisfação existente dentro do canteiro de obras.
A
construção da CSP teve seu início, em agosto de 2010, através de uma
joint venture que envolve a brasileira Vale e duas empresas sul-coreanas
Posco e Dongkuk Steel. Tem um valor estimado de U$$ 4,2 bilhões (R$ 9,4
bi, aproximadamente). Durante a sua fase de construção terá um pico de
15 mil empregos diretos e oito mil indiretos. A estimativa de conclusão é
em 2015, quando acontecerá o início da produção de três milhões de
toneladas de placas de aço por ano. E, na segunda fase, deverá dobrar a
sua capacidade produtiva.
POSICIONAMENTO
A
Posco E&C do Brasil, responsável pela obra da Companhia Siderúrgica
do Pecém, informa que está ciente sobre a manifestação dos funcionários
das subcontratadas (que somam cerca de dois mil trabalhadores) e vem
acompanhando de perto as negociações das empresas com o Sindicato dos
Trabalhadores nas Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e
Obras de Terraplanagem do Estado do Ceará.
A
Posco afirma, ainda, não existirem maus-tratos no local. Uma comissão
foi formada junto ao sindicato para que, a cada duas semanas, participe
de uma reunião entre o Sintepav, as subcontratadas e a Posco,
oportunizando encaminhamento e resolução das demandas. A empresa
ressalta, ainda, a ilegalidade da paralisação, uma vez que a mesma não
atendeu aos procedimentos definidos em lei.
Por
fim, a Posco E&C do Brasil reafirma o compromisso com o projeto da
CSP, que será a primeira usina siderúrgica integrada do Nordeste do
Brasil, e vai impulsionar o crescimento econômico do Ceará, produzindo,
em sua primeira fase de operação, três milhões de toneladas de placas de
aço por ano.
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