Brasil é o sétimo colocado no mundo em casos de homicídios
O
Brasil é o sétimo colocado no mundo em casos de homicídios. A cada 100
mil habitantes, 27,4 são vítimas de crimes. No caso de jovens entre 14 e
25 anos, o número aumenta para 54,8. De acordo com dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS), compilados pelo Mapa da Violência 2013:
Homicídios e Juventude no Brasil, divulgado hoje (18), pelo Centro de
Estudos Latino-Americanos (Cebela) todos os dez países com os mais altos
índices de homicídios entre jovens estão na região da América Latina e
do Caribe.
El
Salvador lidera o ranking de índices de homicídios seguido de Ilhas
Virgens, de Trinidad e Tobago, da Venezuela, da Colômbia, da Guatemala,
do Brasil, do Panamá, de Porto Rico e das Bahamas.
Segundo
o estudo, esses índices são explicados pela incidência de problemas
estruturais de origem política, econômica e social, como desigualdade e
falta de acesso a serviços básicos combinados ou não a conflitos
armados, como os que acontecem na Guatemala, em El Salvador e na
Venezuela. No caso dos homicídios de jovens, o Brasil tem taxa mais de
500 vezes maior do que a de Hong Kong, 273 vezes maior do que a da
Inglaterra e do Japão e 137 vezes maior do que a da Alemanha e da
Áustria.
Na
década de 1990, o Brasil chegou a ocupar a segunda colocação nesse
ranking da OMS, liderado então pela Venezuela. A queda brasileira na
lista dos países com as maiores incidências desse tipo de crime não
significa que a violência foi reduzida, mas que houve aumento em outros
lugares no mundo.
O
autor do Mapa, Julio Jacobo Waiselfisz, explicou que a violência tem
causas e consequências múltiplas. Apesar disso, é possível notar, no
caso brasileiro, três fatores determinantes. Em primeiro lugar, a
cultura da violência. Segundo ele, no país – e também na América Latina
-, existe o costume de se solucionar conflitos com morte, parte disso
herança de raízes escravagistas no continente.
Pesquisa
feita pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), com dados
entre 2011 e 2012, para fundamentar a Campanha Conte até 10: a Raiva
Passa, a Vida Fica, grande parte dos homicídios no Brasil é cometida por
motivos banais e por impulso.
Em
segundo lugar, Julio Jacobo apontou a circulação de armas de fogo.
Estima-se que, no país, haja cerca de 15 milhões de armas das quais, a
metade, portada de forma ilegal. “Uma pesquisa feita em escolas mostrou
que muitos jovens sabem exatamente onde e como comprar uma arma. Juntar
uma arma à cultura de violência é uma mistura explosiva, são
incompatíveis entre si”, disse Waiselfisz.
Outro
ponto frisado pelo autor do mapa é a impunidade. Para ele, isso
funciona como um estímulo à resolução de conflitos por meio de vias
violentas. De acordo com o Relatório Nacional da Execução da Meta 2 da
Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp), do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) e do Ministério da Justiça, foram
identificados quase 150 mil inquéritos por homicídios dolosos - com a
intenção de matar - anteriores a 2007.
Depois
de um mutirão de um ano, foram encaminhados à Justiça apenas 6,1% dos
casos. A estimativa é que 4% dos homicidas cumpram pena em regime
fechado. “É esse elevado nível de impunidade que reforça a cultura da
violência e os enormes números de homicídios”, explicou o autor do
estudo.
Fonte: Agência Brasil
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