Maracanã: manifestantes jogam pedras; PM revida com gás e balas de borracha
Por volta das 18h deste domingo, os milhares de manifestantes que organizaram um grande protesto para ser realizado em frente ao Maracanã, no Rio de Janeiro,
chegaram ao grande bloqueio formado por agentes de segurança pública
nos entornos do estádio. Depois de alguns minutos, a cerca de 400 m do
estádio, teve início confronto com a Polícia Militar.
O conflito começou depois que pedras foram arremessadas
por manifestantes contra as forças de segurança. O grupo também atacou
com fogos de artifício e garrafas, e a polícia revidou com bombas de gás
lacrimogêneo e de efeito moral. A confusão inicial ocorre entre dois
postos de gasolina e preocupa pela presença de artefatos explosivos.
Para reforçar o bloqueio, o policiamento avançou a Tropa
de Choque e um blindado "Caveirão", de onde são disparadas balas de
borracha. Pelas janelas das ruas adjacentes, moradores aplaudiam a ação
das forças de segurança.
Uma manifestante passou mal por conta do gás
lacrimogêneo e precisou ser atendida pela ambulância. Um amigo, que se
identificou apenas como Felipe, lamentou que alguns dos manifestantes
tenham começado o confronto. "Tinha muita gente curtindo, cantando,
fazendo festa, mas tem uns filhos da p... infiltrados que querem isso
mesmo", afirmou.
O conflito se estendeu pela avenida Maracanã, e o
corre-corre chegou à Praça Varnhagen. Reduto boemio da área do Maracanã,
o local está cheio de bares com clientes que querem assistir ao jogo.
Em meio ao barulho das bombas lançadas pela PM, manifestantes fugiram e
chegavam correndo à praça, provocando pânico em alguns clientes, que
abandonaram suas mesas. O Bar Buxixo chegou a fechar algumas portas.
Um grupo de 30 manifestantes parou em frente ao Bar
Sokana e gritou "alienados" para as pessoas que assistem o jogo no bar.
Algumas pessoas chegaram a discutir com os que protestavam e a policia
teve que intervir, se posicionando dentro do bar.
Não houve conflito, mas o estabelecimento fechou as
portas, e os clientes que assistiam o jogo tiveram que deixar o bar.
Enquanto isso, os manifestantes comemoravam aos gritos de "acabou". "Se
eles querem protestar, eles têm o direito deles. Mas não podem acabar
com meu direito de beber uma cerveja e ver o jogo", afirmou o advogado
João Luis Cerqueira, que deixou o local.
Outros manifestantes recuaram pela Rua São Francisco
Xavier. Eles portavam coquetéis molotov e eram repelidos por balas de
borracha. Por volta das 19h30, o policiamento retomou o bloqueio do
início, na esquina da Avenida Maracanã com a Rua São Francisco Xavier, e
a circulação de pessoas começou a se normalizar. Alguns manifestantes
tentam retornar, mas de forma pacífica.
Segundo a polícia, dois PMs ficaram feridos. Os poucos
manifestantes que voltaram para a frente do bloqueio entoam "Cabral é
ditador". Eles só pararam para comemorar o segundo gol de Neymar. Alguns
poucos, então, começaram a entoar "não comemora, não comemora".
Pouco a pouco o grupo de manifestantes em frente ao
Maracanã voltou a crescer sob os gritos de olha eu aqui de novo" e "ei,
fardado, vem pro nosso lado". Sobrou até para a TV Globo: "a verdade é
dura, a Rede Globo apoiou a ditadura".
Início calmo
Cerca de uma hora antes da final da Copa das Confederações, três fileiras de agentes de segurança aguardavam a manifestação que se deslocava rumo ao estádio, onde ocorre a partida entre Brasil e Espanha,
a partir das 19h. A primeira era formada apenas policiais militares,
cerca de 300; a segunda, formada por homens da Força Nacional de
Segurança, 150; a terceira, por homens do Batalhão de Choque e do
Batalhão de Ações com Cães, com 50.
Boa parte dos manifestantes, no entanto, relutavam em se
aproximar do bloqueio, a cerca de 500 metros do estádio. "Ei, polícia,
não esquece que o (governador Sérgio) Cabral te paga mal", gritavam em
uníssono os presentes, alguns deles mascarados, antes do início da
confusão.
Marcelo Chalréo, da comissão de direitos humanos da OAB,
acompanhou os protestos. "Conseguimos acompanhar até certo momento.
Houve uma hora que a situação saiu do controle. Ainda é precipitado
fazer qualquer avaliação da atuação da policia. Preciso conversar com
outros dez advogados espalhados pela manifestação e ver as imagens".
Eu curto o Cabral...
ResponderExcluirEle é um bom governador... principalmente se comparado aos anteriores...