
A Copa das Confederações terminou exatamente como começou fora dos
estádios: com protestos e confrontos entre manifestantes e forças de
segurança. Assim como ocorreu no dia 15 de junho, em Brasília, e durante
quase todo o torneio, manifestantes entraram numa verdadeira batalha com a polícia no entorno do Maracanã. E mais: prometeram manter os atos contra o governo, a Fifa (Federação Internacional de Futebol) e o Mundial de 2014.
"Segunda-feira tem mais", gritavam alguns dos ativistas mais radicais
que foram ao Maracanã no domingo. A maior parte deles já havia sido
dissipada por ações da Tropa de Choque da PM (Polícia Militar) e da
Força Nacional de Segurança em um intenso confronto. Os que insistiam em
permanecer nos arredores do estádio, avisavam: "Isso não acaba aqui."
Apesar de terem incomodado bastante a organização da Copa das
Confederações, a verdade é que a maior parte das reivindicações dos
ativistas não foi atendida. Isso faz com que muitos afirmem que os
protestos não vão parar.
"O que conseguimos até agora? R$ 0,20 na passagem? Isso não é nada. É
claro que vamos continuar", afirmou Leandro Araújo, universitário de 23
anos, que se juntou aos mais de 5 mil manifestantes que tentaram se
aproximar do Maracanã faltando poucas horas a partida entre Brasil e
Espanha.
Leandro foi personagem de um roteiro de que se repetiu muitas vezes
durante a Copa das Confederações. Se reuniu com mais ativistas em uma
área próxima ao estádio. Juntos, eles caminharam em direção à arena.
Foram barrados pela polícia, que usou bombas e tiros de balas de
borracha.
No Maracanã, antes da final, mais de 10 mil agentes de segurança foram
usados para garantir que nenhum manifestante chegasse perto do estádio. O
esquema de policiamento foi o maior já montado para um evento esportivo
realizado no Brasil, segundo a Sesge (Secretaria Extraordinária de
Segurança para Grandes Eventos). Isso, contudo, não alterou os planos
dos manifestantes.
Eles insistiram na tentativa de se aproximar. Foram impedidos. Atiraram
pedras e garrafas em policiais, que responderam duramente.
Manifestantes se feriram. Leandro foi um deles. Foi atingido por um
estilhaço de bomba de gás na perna. Nesta segunda-feira, contudo, ele
diz que já estará bem. "Já tem gente chamando manifestação na internet.
Eu vou."
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