PF indicia vereador tucano por corrupção passiva no cartel do metrô de São Paulo
- Estados do Brasil:
Andrea Matarazzo, conhecido como um dos arrecadadores de campanha do
PSDB de SP, é suspeito de ter recebido propina para facilitar contrato
de R$ 73 milhões com a Alstom
A
Polícia Federal indiciou o vereador de São Paulo, Andrea Matarazzo
(PSDB), por suspeita de corrupção passiva, por acreditar que recebeu
propina do grupo francês Alstom quando foi secretário estadual de
Energia, em 1998. No inquérito, o nome de Matarazzo aparece em troca de
mensagens entre executivos da Alstom, de 1997, em que discutiam o
pagamento de vantagens para o PSDB, a Secretaria de Energia e o Tribunal
de Contas.
Segundo o relatório, a mensagem que incriminaria
Matarazzo se refere a um contrato de R$ 72 milhões para fornecimento de
equipamentos para a EPTE, empresa então controlada pelo governo estadual
e posteriormente privatizada. Matarazzo foi secretário por oito meses
em 1998, quando o contrato da Alstom foi assinado.
A PF também
indiciou dois executivos da Alstom no Brasil e dois ex-dirigentes da
EPTE que participaram das negociações, Eduardo José Bernini e Henrique
Fingermann.
Em nota, Matarazzo afirmou que nunca teve
“conhecimento nem houve qualquer discussão” sobre o contrato no período
em que foi secretário de Energia, entre janeiro e agosto de 1998. O
vereador disse que seus advogados pediram o arquivamento da
investigação.
Matarazzo é conhecido nos bastidores políticos como
um dos principais arrecadadores de campanha do PSDB. No governo de
Fernando Henrique Cardoso, foi ministro-chefe da Secretaria de
Comunicação de Governo da Presidência da República (1999 a 2001). Já na
gestão de José Serra, à frente da prefeitura de São Paulo, era tido como
homem forte do prefeito. Foi subprefeito da Sé de 2005 a 2007,
acumulando também a Secretaria Municipal de Serviços. Deixou as duas
pastas para assumir a pasta de Coordenação das Subprefeituras.
Defesa do PT
Para
prestar solidariedade ao adversário político na Câmara Municipal de São
Paulo, o vereador Alfredinho, líder do PT na casa, saiu em defesa do
parlamentar Andrea Matarazzo (PSDB). O petista chegou a dizer que “todos
nós estamos sujeitos a isso quando entramos na vida pública”, se
referindo à denúncia pela suposta participação do parlamentar no cartel
formado para fraudar licitações do Metrô.
Ministério Público
O
Ministério Público (MP) de São Paulo vai começar a ouvir ainda este mês
as testemunhas nos inquéritos que apuram denúncias de fraude nas
licitações para compra e manutenção de trens e linhas do Metrô e da
Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
São 45
inquéritos que estão sendo analisados novamente após a divulgação de que
o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) apura a formação
de um cartel para superfaturar os preços das licitações.
As
investigações, que estão sendo conduzidas pela Promotoria do Patrimônio
Público e Social, tentam verificar se foram cometidos atos que
configurem improbidade administrativa, dano ao patrimônio público e
enriquecimento ilícito.
Entre os 45 inquéritos que envolvem as 19
empresas sob investigação do Cade, cinco “com certeza têm relação com o
suposto cartel”, segundo o promotor Silvio Marques. Os contratos sob
apuração foram firmados entre 1998 e 2007. Caso os trabalhos corram como
o previsto, o promotor acredita que os casos possam ser concluídos até o
final do ano.
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