MG: 5 pessoas feridas em protesto seguem internadas em Belo Horizonte
Cinco das 27 pessoas que ficaram feridas no protesto de
sábado, em Belo Horizonte, seguiam internadas na noite deste domingo -
três no Hospital João XXIII e duas no Hospital Risoleta Tolentino Neves.
Pelo menos um dos pacientes está em estado grave - Luis Felipe Anieto,
22 anos, que caiu do viaduto José Alencar, na capital mineira. O jovem
sofreu traumatismo craniano e fraturas, passou por uma cirurgia e está
no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital João XXIII.
Protestos por mudanças sociais levam milhares às ruas
Manifestações tomam as ruas do País; veja fotos
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Na mesma instituição, também está internado outro garoto
que caiu do viaduto durante a confusão que se seguiu à manifestação.
Caio Augusto, 16 anos, seria operado neste domingo, mas os médicos
adiaram a cirurgia porque ele teve uma melhora no estado de saúde.
Segundo a assessoria de imprensa do hospital, o garoto, que respirava
com ajuda de aparelhos, já foi desentubado e está consciente.
A terceira paciente internada no João XXIII é Julia
Teles, 25 anos, que deve receber alta ainda hoje. Ao todo, o hospital
atendeu 12 pessoas que ficaram feridas no protesto - nove delas foram
liberadas.
O Hospital Risoleta Tolentino Neves tem dois internados
com ferimentos resultantes da confusão. Um deles é Hector Henrique Souza
Barros, 17 anos, que sofreu uma fratura exposta na perna direita e uma
lesão no punho. Ele disse aos médicos que tentava fugir dos tiros de
bala de borracha quando caiu. O garoto passou por cirurgia na perna, e
deve ser operado devido à fratura no punho.
No mesmo hospital, também está internado Rafael Coutther
Gomes, 22 anos, que também, caiu do viaduto José Alencar. Ele sofreu
uma contusão na região lombar, uma fratura no punho e outra fratura no
ombro. O estado de Rafael é estável, e ele não passou por cirurgia.
Outro paciente que estava hospitalizado na instituição
recebeu alta durante a tarde - Emilio José Fonseca Muzzi, 68 anos, foi
atingido por estilhaços de bomba e sofreu um traumatismo
crânio-encefálico leve. Ele passou por uma tomografia, que descartou
lesões mais graves.
Ao todo, 15 pessoas foram atendidas no Hospital Risoleta
Tolentino Neves. Treze pessoas que tiveram ferimentos leves ou inalaram
gás lacrimogêneo já foram liberadas.
Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre
março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à
Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das
passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.
O grandeza do protesto e a violência dos confrontos
expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o
Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos.
Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já
inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa
do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos
em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.
A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta
um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e
significados de um movimento popular singular na história brasileira
desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos
aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.
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