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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Cabral diz que não sabia de policiais infiltrados em manifestações no Rio

Cabral diz que não sabia de policiais infiltrados em manifestações no Rio

Ele disse que atos de policiais e de manifestantes serão investigados.
Governador condenou a prisão de inocentes.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, disse, na manhã desta quinta-feira (25), que não sabia que havia policiais infiltrados nas manifestações realizadas no Rio. Segundo ele, são detalhes técnicos que ficam a cargo da equipe de segurança.
"Durante sete anos eu governei o estado e melhoramos os índices criminais do estado, reduzindo o índice de homicídio, reduzindo o índice de latrocínio, reduzindo o índice de roubos de automóveis e residências, sempre respeitando a política de segurança. A política de segurança tem comandante e chama-se José Mariano Beltrame e é sob o seu comando que eu delego todas as ações", afirmou Cabral.
Após a visita do Papa Francisco ao Palácio da Cidade, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, Cabral disse que é contra a prisão de inocentes e que tudo será investigado, tanto os atos dos policiais quanto dos manifestantes.
Ele ressaltou que há elementos novos, como o coquetel molotov, presentes nas manifestações e que tudo isso também é um aprendizado. "Nada justifica erros, então nós temos que estar permanentemente sendo cobrados por vocês [imprensa]. As autoridades de segurança estão atentas, o secretário Beltrame junto com os seus subordinados estão atentos a isso e jamais nós queremos identificar , prender e punir aqueles que não são responsáveis por estes atos e sim os que são responsáveis". 
Cabral concluiu dizendo que o Rio está em paz. “O Rio é uma cidade tranquila, democrática e livre”, disse o governador.
PM é acusada de infiltrar policiais sem farda em protesto
Vídeos e relatos publicados nas redes sociais acusam a PM de ter infiltrado policiais sem farda em um protesto na noite de segunda-feira (22) no Rio para provocar tumulto.
O relações-públicas da Polícia Militar, coronel Frederico Caldas, se disse "enojado" com a acusação e afirmou que considera um absurdo imaginar que um policial possa agredir um colega.
O tumulto ocorreu depois de uma passeata que começou pacífica e ia até a sede do Governo do Rio de Janeiro, onde o Papa Francisco recebeu as boas-vindas. Um confronto deixou cinco manifestantes e dois policiais militares feridos - um deles por um coquetel molotov. Todos os feridos já receberam alta e passam bem.
E a Polícia Militar foi criticada por ter prendido um integrante do Mídia Ninja, um grupo que transmite as manifestações pela internet.

Como foi a manifestação
Por volta das 17h de segunda, os manifestantes começaram a se reunir na praça do Largo do Machado, na Zona Sul do Rio. O bairro é vizinho a Laranjeiras, onde fica o Palácio Guanabara, sede do governo do estado.

Entre as cerca de 300 pessoas, com faixas e cartazes, havia integrantes de partidos políticos e de movimentos de lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais. O grupo ocupou as escadarias de uma igreja onde peregrinos cantavam músicas católicas. E promoveu um beijaço contra a homofobia.
Pouco depois das 18h, os manifestantes saíram em caminhada, em direção ao Palácio Guanabara, onde autoridades davam as boas-vindas ao Papa Francisco. No caminho, mais pessoas se juntaram à passeata, que chegou a reunir 1.500 participantes, segundo a Polícia Militar.
Em frente ao bloqueio montado pela PM, a cerca de 200 m da sede do governo, manifestantes queimaram um boneco, que representava o governador Sergio Cabral. O grupo permaneceu no local, sem que houvesse confronto, por cerca de meia hora, até a chegada de pessoas mascaradas e vestidas de preto. Houve gritos contra a PM: "Sem hipocrisia, a polícia mata pobre todo dia!"
Depois que o papa Francisco deixou o Palácio Guanabara, as grades que bloquevam a rua foram derrubadas. Não é possível identificar por quem.
Começou uma batalha: de um lado, pedras; do outro, balas de borracha. Os mascarados lançaram conquetéis molotov contra os policiais. Um PM foi atingido pelo fogo e se jogou no chão, na tentativa de apagar as chamas. A polícia reagiu com bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo, balas de borracha e jatos d'água.
Houve correria e a confusão se espalhou por outras ruas. Numa delas, os PMs encontraram um mochila com várias garrafas de coquetel molotov. "É isso que vocês têm que filmar", diz o PM. Uma pessoa pergunta:"Isso é o quê, guerreiro?". E o policial reponde: "Coquetel molotov. Isso aqui mata um policial".
Muitos policiais estavam sem idenficação nas fardas. Uma manifestante aborda um deles. Ela pede para que o PM se identifique, mas ele se nega.
Segundo a Polícia Militar, um menor foi apreendido e sete pessoas foram detidas por desacato, incitação à violência, formação de quadrilha, exposição ao perigo, resistência e dano qualificado.
Depois das prisões, um grupo de 300 pessoas se concentrou em frente ao prédio da delegacia do Catete, pedindo a libertação dos detidos. Foi o início novas confusões. Carros da tropa de choque foram cercados. Policiais tentaram liberar a pista e houve um empurra-empurra. PMs usam spray de pimenta e o grupo se dispersa pelas ruas do bairro. No tumulto, comerciantes foram obrigados a fechar as portas.

Seis detidos foram liberados porque teriam praticado crimes de menor potencial ofensivo. Entre eles estava Filipe Peçanha, conhecido como Carioca. Ele é integrante da Mídia Ninja, grupo que tem se dedicado a transmitir as manifestações, ao vivo, pela internet. Filipe conversou com um repórter da GloboNews e disse que não sabia por que tinha sido detido. "Me trouxeram aqui para fazer uma averiguação, eu fiquei aqui esperando, fui bem tratado pela Polícia Civil, mas a Polícia Militar me colocou à força, sem nenhum tipo
de justificativa. Sem nenhum tipo de alegação."


Reação na internet
Nesta terça, nas redes sociais, pessoas que acompanhavam a manifestação acusaram a PM de ter infiltrado policiais sem farda no protesto para provocar o tumulto. Foram postados vídeos em que, após o tumulto, dois homens correm em direção à barreira da policia. Um deles tira a camisa. Eles parecem se identificar e são autorizados a passar.

Por telefone, o coronel Frederico Caldas reconheceu que policiais do serviço reservado, a paisana, acompanham a manifestação, com o objetivo de identificar agressores e coletar provas, mas disse disse que não é possível afirmar que os homens mostrados nos vídeos sejam policiais.

Prisão de integrante da Mídia Ninja
De todas as pessoas detidas na segunda-feira, apenas Bruno Ferreira Teles ficou preso durante toda a madrugada - por porte de artefato explosivo ou incendiário e por desacato.

Na manhã de terça, o advogado dele conseguiu um habeas corpus. "Me prenderam e disseram que eu estava com uma garrafa de molotov. Eu não estava", disse Teles.

Investigação
A comissão criada  pelo governo do Rio, na semana passada, para investigar os atos de vandalismo durante manifestações se reuniu pela primeira vez nesta terça. Representantes do Ministério Público e das polícias Civil e Militar decidiram que todas as informações (processos, fotos e videos) ficarão em uma única delegacia.

Mais cedo, o presidente da comissão, Eduardo Lima Neto, disse que vai denunciar Bruno Ferreira Teles por tentativa de homicídio. "Quem atira um coquetel, um explosivo contra uma multidão, contra a PM, contra seja quem for, está assumindo o risco de matar alguém."

Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia

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