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quinta-feira, 11 de julho de 2013

Brasileiros ‘descobrem’ mobilização em redes sociais durante protestos

Brasileiros ‘descobrem’ mobilização em redes sociais durante protestos


                       Manifestantes em São Paulo | Foto: Reuters
Redes sociais tiveram picos de participação de usuários brasileiros em junho
A mobilização de usuários do Facebook e do Twitter, os dois sites de redes sociais mais acessados do Brasil, foi considerada uma das principais forças por trás das manifestações que atingiram todo o país durante o mês de junho. Na internet, tanto usuários experientes quanto iniciantes se tornaram organizadores, comentaristas e protagonistas dos protestos.
O Twitter é apontado por usuários entrevistados pela BBC Brasil como uma das principais fontes de informação em tempo real sobre o que acontecia durante as manifestações. O Facebook, por outro lado, foi usado principalmente para organizar atos de protesto e demonstrar posicionamentos políticos.
Facebook e Twitter não divulgaram dados sobre o número de perfis novos criadas no Brasil no período. No entanto, um levantamento da consultoria Serasa Experian, divulgado pelo jornal Valor Econômico, aponta que o Facebook teve uma taxa de participação (perfis de usuários que tiveram atividade) de 70% dos brasileiros com presença no site no dia 13 de junho ─ o terceiro pico de participação do ano. O Twitter, por sua vez, contabilizou cerca de 11 milhões de tweets com a palavra "Brasil" e 2 milhões mencionando "protesto" entre os dias 6 e 26 de junho.
A movimentação também fez o caminho inverso ─ além de levar internautas para as ruas, trouxe pessoas também para dentro das redes virtuais. Conheça algumas histórias:
                                        Foto: Arquivo pessoal
"Eu acompanhava as manifestações pelo Facebook, só que as informações chegavam muito atrasadas, porque as pessoas só postavam quando chegavam em casa. Mas meu irmão tem Twitter e me falava do que ficava sabendo por lá. Como o Twitter funciona como um jornal, as pessoas tiravam fotos e postavam lá mesmo, porque não precisa de tanta internet para usá-lo.
Na quarta-feira, 19 de junho, dia do primeiro jogo do Brasil em Fortaleza (pela Copa das Confederações), meu irmão ficou sabendo da manifestação no Castelão pelo Twitter. Assim que eu soube eu baixei o aplicativo no celular e fui pra lá. Tinha uma menina que estava mais na frente da manifestação e avisava que onde estava a polícia e onde havia bombas de gás. Por causa disso, eu e meus amigos ficávamos mais atrás e avisávamos a outras pessoas onde estava mais seguro.
Na última manifestação do Castelão eu me informei bastante também e consegui até evitar um pouco a repressão policial. Entrava em contato com meus amigos pelo Facebook e combinávamos de ir juntos. Fugi de várias bombas de gás na manifestação por conta do Twitter, usando as hashtags #protestoce, #sosfortaleza e #fortalezadepressão.
Eu faço mestrado em educação, mas já fui do Centro Acadêmico da Universidade Estadual de Pedagogia. Antigamente, organizar um movimento dentro da universidade era uma luta muito grande. Era preciso fazer os "mosquitinhos", panfletos pequenos para convencer as pessoas de que era preciso ir. Era algo muito individual. A gente alcançava um público muito pequeno, no máximo 200 pessoas.
Agora, acho que com a velocidade da internet e a rapidez das informações, conseguimos convencê-las mais facilmente pelas imagens, pelos vídeos, pelos depoimentos. Você posta um comentário e a coisa se espalha e todos vão, é incrível o que se vê de senhoras, adultos, crianças e adolescentes."

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