Ao contrário do primeiro ato da manifestação organizada pelo Comitê
Popular da Copa, o clima é mais tenso nos momentos que antecedem o
início da final da Copa das Confederações. Brasil e Espanha se enfrentam
no Maracanã, que recebe intensa proteção da Polícia Militar. Cerca de
sete mil pessoas - as autoridades não se pronunciam a respeito - saíram
da Praça Saens Peña, no bairro da Tijuca, e iniciaram nova passeata rumo
ao Maracanã.
Manifestantes com bandeiras de movimentos sociais e de partidos políticos dão o tom deste segundo ato. Um repórter da TV Globo foi hostilizado e contou com ajuda da PM para escapar da confusão.
O perímetro Fifa, que veta o acesso das ruas de acesso ao Maracanã para
pessoas sem ingresso e não credenciadas, é colocado em prática desde o
início da tarde. A PM reforça o cerco ao estádio e acompanha o rumo da
caminhada, também através de quatro helicópteros. O entorno está
totalmente vetado aos manifestantes, que prometem ir até o estádio.
O trajeto será até a Avenida Maracanã, onde os manifestantes
encontrarão o bloqueio das autoridades. O protesto se dividiu, com
pessoas caminhando por ruas que não estão dentro do planejamento inicial
combinado com a polícia. Um grupo de 20 encapuzados, que se diz de um
grupo anarquista chamado Black Bloc e tem como objetivo proteger os
manifestantes da ação das autoridades, está na linha de frente de uma
das passeatas.
Na rua Conde de Bonfim, na Tijuca, moradores apoiaram a passeata.
Lençóis brancos foram colocados na janela dos apartamentos, que tinham
pisca-pisca de luzes. Uma chuva de papel picado também era jogada pelas
pessoas que preferiram ficar em suas casas durante a passagem na
manifestação na rua.
Enquanto os ativistas levantavam bandeiras de partidos e até da
Palestina, o repórter Vandrey Pereira fazia gravação e foi hostilizado. O
jornalista da TV Globo foi identificado por causa de seu microfone e teve que contar com a ajuda da PM para deixar a confusão. Profissionais das TV's Record e do SBT se assustaram e se afastaram do local.
Representante da FTN (Frente Nacional dos Torcedores), que critica a
presença de José Maria Marin no comando da CBF (Confederação Brasileira
de Futebol), João Herminio Marques destaca que o plano dos ativistas é
chegar ao estádio. "Não pode ter barreira. Eu, como cidadão, tenho
direito de ir ao Maracanã. Se encontrarmos barreiras, vamos ver o que
fazer", completou.
Marques aproveita para fazer coro contra o presidente da CBF. "Estamos
aqui contra a permanência de José 'Medalha' Marin na CBF. Ele não tem
aptidão moral para comandar o futebol brasileiro. É um filhote da
ditadura", atacou o manifestante.
Três estações do metrô carioca estão fechadas por causa das
manifestações: Presidente Vargas, Praça 11 e Cidade Nova. Por enquanto,
os torcedores chegam ao Maracanã para assistir à final da Copa das
Confederações sem dificuldade.
A OAB acompanha o ato, para prestar atendimento jurídico a quem
precisar de auxílio ou for preso. "Tem excesso dos dois lados, tanto da
PM com algumas prisões ilegais, quanto dos manifestantes. Há uma minoria
agressiva", disse o advogado da OAB Antonio Carlos Marques, que presta o
auxílio com a OAB pelo telefone 21-7825-2185.
Brasil e Espanha decidem o título da Copa das Confederações no estádio
do Macaranã, neste domingo, a partir das 19h. Acompanhe todos os lances
no Placar UOL.
* Atualizada às 17h42
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