As meninas soviéticas que estouravam os miolos dos nazistas
Lyuba Vinogradova revê a história das franco-atiradoras soviéticas na Segunda Guerra Mundial
Barcelona

Eram majoritariamente muito jovens, algumas eram crianças. Vinham de toda a União Soviética. O Exército Vermelho as recrutou aos milhares na Segunda Guerra Mundial
para usá-las como franco-atiradoras: deviam apontar suas armas à
distância e estourar os miolos dos soldados inimigos, literalmente. Era a
missão delas, era esse o ofício para o qual foram meticulosamente
preparadas e, embora matassem nazistas que haviam invadido e devastado
seu país e muitas tivessem longas listas de vítimas –e algumas inclusive
desfrutaram disso–, quase todas tinham desmoronado e chorado na
primeira vez, ao alvejar um ser humano com sua arma. Tampouco nenhuma
delas, cercada por uma grande massa de camaradas sexualmente famintos,
foi poupada de ter de suportar o assédio e o abuso
de seus comandantes e colegas masculinos, geralmente bêbados: um
verdadeiro combate em duas frentes. Embora várias tenham se tornado
muito populares e até recebido o título de Heroínas da URSS, não puderam
fazer carreira no Exército e, na volta