Ibuprofeno ou paracetamol? Saiba quando tomar um ou outro.
Medicamentos agem contra a dor e inflamação, mas é preciso sempre ler a bula e tomar muito cuidado com excessos
Dois
dos analgésicos mais comuns do mundo, o paracetamol e o ibuprofeno são
comumente usados contra dores de cabeça, cólicas ou febre, por exemplo.
Ambos em geral são seguros se tomados na dose correta e
sob recomendação médica, mas como saber qual dos dois tomar?
No
Reino Unido, gestantes foram recentemente orientadas a tomar cuidado ao
ingerir paracetamol (princípio ativo do Tylenol) , após um estudo da
Universidade de Edimburgo sugerir que o uso prolongado do analgésico
poderia afetar a saúde reprodutiva de seus filhos.
Segundo as
diretrizes do Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS, o equivalente ao
SUS brasileiro), paracetamol deve ser tomado na gravidez apenas se
realmente necessário e pelo menor período de tempo possível. Pessoas que
precisem de tratamento de longo prazo com o analgésico devem fazê-lo
sob orientação médica.
E, na gestação, deve-se evitar também o ibuprofeno (princípio ativo do Advil), a não ser que o médico o receite.
Para
as demais pessoas, veja o que o NHS e o site americano AskDrSears,
especializado em orientação pediátrica, dizem sobre os dois analgésicos.
Os
analgésicos até podem ser usado em conjunto, desde que seguindo as
orientações da bula e de médicos - e dentro de doses limitadas. Mas esse
uso combinado não é recomendado para crianças menores de 16 anos.
Paracetamol
Segundo
o NHS, o paracetamol reduz a dor ao afetar os químicos nas chamadas
prostaglandinas, substâncias liberadas pelo corpo em resposta a doenças
ou lesões. O paracetamol bloqueia a produção de prostaglandinas, fazendo
o corpo menos ciente da dor ou da lesão.
É indicado para aliviar
dores moderadas e leves, como dores de cabeça, torções e dente. O
analgésico também reduz a temperatura do corpo.
A não ser que o médico assim oriente, nunca tome mais do que quatro doses em 24 horas e sempre siga as orientações da bula.
E,
se as dores persistirem por mais de três dias, consulte seu médico. Por
conta dos efeitos colaterais, nunca é indicado que o paciente aumente
ele próprio sua dosagem caso a dor seja severa.
Virtudes
-
A droga age diretamente nos nervos e receptores do cérebro para aliviar
a dor, e por isso costuma ser mais eficaz contra dores de cabeça.
- É seguro para crianças e adultos se tomado corretamente, e os efeitos colaterais são mínimos.
- Segundo artigo publicado na
rede médica AskDrSears.com, seria necessário tomar ao menos sete vezes a
dose normal de paracetamol para que a droga se tornasse danosa ao
paciente. É seguro tomá-la com outros antibióticos ou medicamentos de
resfriado.
- Pode ser ministrado a bebês, para tratar febres ou dores, desde que eles tenham mais de dois meses de idade.
Defeitos
-
Enquanto o ibuprofeno age em 30 minutos, o paracetamol não tem efeito
antes de 45 a 60 minutos desde a ingestão da primeira dose. E a dor e a
febre são reduzidas por quatro horas, em vez de seis.
- O
paracetamol não tem as mesmas propriedades anti-inflamatórias que o
ibuprofeno, portanto é menos eficaz para reduzir a dor associada à
inflamação e à lesão corporal.
- Ainda que não ataque o estômago,
seu consumo excessivo pode ser prejudicial para o fígado e o rim.
Portanto, não deve ser usado por pessoas com problemas hepáticos.
- Em casos mais raros, pode causar reação alérgica (coceira ou inchaço).
- Quando ministrado de forma intravenosa, pode baixar a pressão.
Ibuprofeno
O
ibuprofeno também age nas prostaglandinas e também é usado para conter
dores moderadas e leves (de dente, cabeça, lesões esportivas, cólicas,
febre e inflações). Mas medicamentos chamados de anti-inflamatórios não
esteroides, como o ibuprofeno, parecem funcionar melhor se a causa da
dor for inflamatória, como artrite ou lesão, explica o NHS.
Ele
não deve ser usado por período prolongado a não ser que haja uma
inflamação e que o médico o recomende. O uso prolongado pode causar
irritações no estômago, problemas nos rins e cardíacos. Não tome além
das doses recomendadas, para não elevar os riscos de efeitos colaterais.
Deve ser tomado com cautela por idosos ou pessoas com problemas estomacais, cardíacos, hepáticos e renais.
O
remédio age contra a dor pouco depois de ser ingerido, ainda que o
efeito anti-inflamatório seja mais fraco e leve mais tempo para começar a
ser sentido.
Deve ser tomado na menor dose possível e pelo menor período de tempo possível.
Virtudes
- Age contra a febre alta, diminui a dor e a inflamação.
-
Reduz a inflamação no ponto lesionado, portanto é mais eficaz contra a
dor dos músculos e contra lesões corporais onde a inflamação é um fator.
-
Segundo o AskDrSears.com, também funciona mais rápido e por mais tempo
que o paracetamol, tendo efeito em 30 minutos e podendo durar até seis
horas.
Defeitos
- O ibuprofeno pode agir
mais rapidamente que o paracetamol, mas tem alguns efeitos secundários
negativos, como o mal-estar estomacal. Se ingerido diariamente durante
mais de duas semanas, seus produtos químicos ácidos que podem agravar
úlceras estomacais e queimaduras na mucosa do estômago.
- Convém ingeri-lo com a comida
e, se seu uso for contante, com protetores estomacais. Não é comum que
ele provoque hemorragia interna ou úlceras, mas é um fator de risco.
-
Ele também pode reduzir a capacidade do corpo em formar coágulos
sanguíneos. Por isso, o medicamento será menos eficaz para os pacientes
com feridas grandes ou hemorragias consideráveis. O paracetamol não está
associado a esses riscos.
- Em altas doses ingeridas por um
período prolongado, pode elevar os riscos de derrame ou problemas
cardíacos. Em mulheres, o uso prolongado pode estar associado à redução
na fertilidade, mas esse quadro é reversível.
Veredicto final
Ambas
as substâncias são analgésicos eficazes e redutores da febre. O
ibuprofeno funciona um pouco mais rápido e tem efeito mais duradouro,
além de reduzir inflamações.
O paracetamol é comparável em alguns
aspectos, mas não tem as mesmas propriedades anti-inflamatórias. No
entanto, tem menos efeitos colaterais, como problemas estomacais.
Nunca
é demais lembrar que devem ser respeitadas as orientações da bula e que
o uso jamais deve ser excessivo ou prolongado sem o devido
acompanhamento médico.
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