Greves e protestos simultâneos se espalham por 8 Estados a 35 dias da Copa
A 35 dias do início da Copa do Mundo, oito Estados do país foram
cenário de greves, paralisações e protestos por moradia nesta
quinta-feira (8). As manifestações ocorrem 11 meses após a onda de
protestos que se espalhou pelo país, cujo mote inicial foi o aumento no
preço das passagens do transporte público.
As cidades do Rio de
Janeiro, Florianópolis, Campinas e os municípios do Grande ABC, na
região metropolitana de São Paulo, amanheceram hoje com greves de
motoristas e cobradores que não foram informadas previamente. Outras
capitais também foram palco de greves e ameaças de paralisações.
Em São Paulo, o foco dos protestos é a questão da moradia. Foram pelo
menos cinco manifestações de movimentos sociais cobrando políticas
habitacionais. O alvo dos atos foram algumas das maiores empreiteiras do
país. Entre as organizações que participam dos atos está o MST
(Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que realiza uma jornada
de lutas, com marchas e
ocupações, em todo o país.
À tarde, em resposta aos atos, a presidente Dilma Rousseff e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, se reuniram com lideranças do MTST
(Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) --que integrou dois protestos na
capital-- antes da inauguração do Itaquerão, estádio do Corinthians que
abrigará a abertura do Mundial.
Ônibus parados
No Rio,
onde motoristas e cobradores de ônibus fazem greve de 24 horas, o dia
começou com garagens lotadas de ônibus e pontos cheios de passageiros. Apenas 10% da frota --de 8.700 ônibus-- circula pela cidade. O Rio Ônibus (Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro) informou que pelo menos 325 veículos de transporte coletivo foram depredados por grevistas em bairros da capital fluminense. Houve cenas de vandalismo principalmente na zona oeste da cidade
Motoristas e cobradores pedem aumento salarial maior que os 10%
acordados entre o sindicato e as empresas, o fim da dupla função e
reajuste no valor da cesta básica. A paralisação deixa os trens dos metrôs lotados.
Em Florianópolis, os rodoviários também realizam uma paralisação, que pegou os moradores de surpresa e provocou caos na cidade.
Não houve circulação de ônibus no terminal do centro, o que prejudicou
cerca de 400 mil pessoas. A categoria teme que cobradores da região
sejam demitidos com o novo sistema de transporte público que elimina
catracas.
Em Campinas (94 km de SP), a paralisação também ocorreu de surpresa
e atingiu a empresa VB3, que compõe a Linha Verde. Os ônibus não
saíram da garagem desde a madrugada, o que atinge 140 mil passageiros. A
empresa diz que está negociando um possível reajuste de 17% e melhorias
aos rodoviários.
No ABC paulista, os moradores
também ficaram sem ônibus nesta manhã. Rodoviários de três empresas
iniciaram uma paralisação, e os ônibus não saíram das garagens. Cerca de
30 mil pessoas foram prejudicados.
Em Belém,
no Pará, rodoviários estão em estado de greve, que inclui as cidades da
região metropolitana de Ananindeua e Marituba. Uma reunião nesta quinta
define os rumos da paralisação. O Sindicato dos Rodoviários informou que
os ônibus circulam normalmente nesta quinta-feira, mas pretende cobrar
por melhorias de salário e condições de trabalho.
Trabalhadores de três empresas de ônibus fizeram uma paralisação em Curitiba,
atrasando em duas horas a saída de linhas da região oeste da cidade,
dos bairros Cajuru, Centenário, Vila Oficinas, Capão de Imbuia e em
parte da cidade metropolitana de São José dos Pinhais. Segundo o
Sindimoc, as empresas CCD (antiga Cristo Rei), Marumbi e São José dos
Pinhais estão atrasando o pagamento de salários e o abono acordado em
convenção coletiv
O líder do movimento grevista no Rio, Helio
Teodoro, disse que as paralisações simultâneas são uma "grande
coincidência" e não foram orquestradas. Teodoro promete uma paralisação
de 24 horas por semana até a Copa.
Em Salvador, também há ameaça de greve de ônibus,
onde os rodoviários cobram aumento de 15% nos salários, de 20% no
vale-refeição de 20%, redução para 6h de trabalho, entre outros. Eles
realizaram protesto nesta quarta-feira e fizeram uma fila indiana. Nesta
quarta, os médicos da capital baiana aderiram à greve dos demais servidores municipais, iniciada no dia 28 de abril. A principal reivindicação dos servidores é por um plano de carreira.
Fonte:http://noticias.uol.com.br
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