Garis do Rio ignoram acordo e continuam em greve; ruas têm lixo e mau cheiro
Cheiro de xixi é muito forte em bairros por onde passam blocos de carnaval de rua. Comlurb demite 300 garis
Com
os garis do Rio de Janeiro em greve desde sábado, as ruas da cidade
estão repletas de lixo e com muito mau cheiro. Mesmo com acordo firmado
na noite de segunda-feira (3) entre a Companhia de Limpeza Urbana do Rio
de Janeiro (Comlurb) e o Sindicato dos Empregados das Empresas de
Asseio e Conservação do Município do Rio de Janeiro, a paralisação
continua.
O movimento grevista alega que o sindicato não representa a categoria
e que vinha negociando com a prefeitura sem as devidas consultas em
assembleias. Um dos porta-vozes da comissão de greve, Alexandre Paes,
informou que um novo protesto está marcado para esta tarde na Central do
Brasil, no centro da cidade.
Logo após o acordo firmado, a
Comlurb anunciou a demissão de 300 funcionários que não compareceram ao
trabalho para o turno das
19h de segunda-feira. De acordo com Paes, a
atitude não deve inibir o novo protesto.
“Essas demissões foram
uma covardia, mas nós não desistiremos. Estamos aqui na Central do
Brasil e vamos protestar e a greve vai continuar”, disse.
Os grevistas reivindicam aumento do salário, que atualmente
é R$ 803 para R$ 1,2 mil, aumento do tíquete-refeição de R$ 12 para R$
20 por dia, a volta do pagamento do triênio e do quinquênio, “que nos
foram tirados”, entre outras reivindicações, algumas já atendidas pela
contra-proposta, como o auxílio-creche para ambos os sexos.
O
acordo firmado entre o sincidato e a Comlurb prevê 9% de aumento
salarial para os cerca de 15 mil garis da cidade. O piso salarial
inicial será R$ 874,79, mais 40% de adicional de insalubridade que
elevará o salário para R$ 1.224,70.
Além do aumento
salarial, o acordo estipula mais 1,68% no Plano de Cargos, Carreiras e
Salários, com progressão horizontal, bônus de 100% na hora extra para
quem trabalhar nos domingos e feriados, mantendo o direito à folga, como
já é previsto em lei; plano odontológico, ampliação do prêmio do seguro
de vida de R$ 6,3 mil para R$ 10 mil, aumento do vale-alimentação de R$
12 para R$ 16, auxílio-creche para ambos os sexos e acordo de
resultados possibilitando um 14º e 15º salários.
A Comlurb diz
que, por lei, as duas partes tinham até o dia 31 de março para fechar um
acordo, “mas tendo em vista o movimento de um grupo sem
representatividade que vinha interferindo na rotina do trabalho de
limpeza da Comlurb nos últimos dias, a companhia e o sindicato
aceleraram as negociações e definiram itens importantes da pauta de
reivindicações”.
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