Garis conquistam reajuste de 37% e encerram greve no Rio
- Estados do Brasil:
Mídia Ninja
Os
garis da cidade do Rio de Janeiro conquistaram no último sábado (8) um
piso salarial de R$ 1.100, após greve de oito dias para cobrar melhorias
nas condições laborais. A audiência no Tribunal Regional do Trabalho
(TRT) se arrastou durante toda a tarde de sábado e chegou ao fim com a
aceitação da administração Eduardo Paes (PMDB) da última proposta feita
pelos representantes da categoria.
O novo piso fica abaixo dos R$
1.200 almejados por um segmento dos garis, mas é R$ 225,21 maior que o
previsto no acordo fechado previamente entre a prefeitura e o Sindicato
de Empregados de Empresas de Asseio e Conservação e representa um
reajuste de 37%. Um grupo dos profissionais não gostou da
proposta
obtida previamente e passou a desconhecer a mediação sindical, o que
levou a administração Paes a promover críticas e a desconhecer a
manutenção da greve iniciada em meio ao carnaval.
Desta vez, o
discurso foi diferente. Presente à audiência, o secretário-chefe da Casa
Civil, Pedro Paulo, disse esperar que se coloque uma pá de cal sobre o
assunto. Ele admitiu que a greve foi um aprendizado para a prefeitura,
que entendeu sobre a necessidade de negociar de maneira mais ampla com
os trabalhadores. "É a cidade voltando à normalidade. Esse é um jogo de
ganha-ganha. Ninguém sai perdendo", disse, em entrevista ao Mídia Ninja.
A
reunião no TRT estava marcada para terça-feira, após o fracasso da
véspera, mas foi antecipada devido aos problemas causados pela suspensão
da coleta de lixo em várias regiões da cidade. O presidente do
tribunal, Carlos Alberto Araújo Drummond, chegou a propor um intervalo
de vinte dias na greve, manifestando preocupação com a previsão de chuva
para os próximos dias.
A prefeitura chegou a apresentar proposta
de R$ 1.050, mas os garis que recusaram a intermediação do sindicato
decidiram fazer uma contraproposta no valor de R$ 1.100, que acabou
aceita. Além do novo piso, os trabalhadores terão R$ 20 de
tíquete-refeição diariamente, R$ 4 a mais que o valor que havia sido
fechado pelos representantes sindicais.
“O prefeito diz que o
nosso movimento é um motim, mas motim é uma rebelião de presos. Isso
aqui é um ato de trabalhadores”, queixou-se Célio Vianna, que tem sido
um dos porta-vozes dos garis, segundo o jornal O Globo. “A não
ser que o prefeito considere que os garis sejam bandidos. Outra
reivindicação que fazemos é a melhoria das instalações das nossas
gerências, que estão insalubres.”
O aumento acertado foi
resultado da contraproposta da categoria. Um dos representantes da
comissão de greve, Angelo Ricardo Freitas, disse que os garis saíram
vencedores. "Estamos todos satisfeitos, pois não queríamos nada além
disso, sentar e conversar e poder propor nossa pauta", disse.
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