1979 - Santo Dias é morto na porta de fábrica
Santo
Dias foi assassinado pelas costas por um PM durante uma manifestação de
50 pessoas em frente da fábrica de TV Sylvânia, na Zona Sul de São
Paulo. A morte do operário mudou os rumos da greve de São Paulo, Osasco e
Guarulhos, desencadeada dois dias antes do crime, e acelerou o fim do
regime militar.
A história de Santo Dias se cruza com a de vários líderes que lutaram pela redemocratização do país. Em plena ditadura, a opinião pública não se calou. O deputado Ulysses Guimarães e o senador Franco Montoro, ambos do MDB, protestaram.
A Polícia recolheu rapidamente o corpo e levou outros três feridos graves para o hospital, mas a notícia da morte de Santo correu de boca em boca. O crime aconteceu uma hora antes da realização da assembléia do sindicato em que os operários estavam dispostos a aceitar a proposta de reajuste da Delegacia Regional Trabalhista e acabar com a paralisação. O assassinato causou uma
reviravolta, e cerca de 6 mil metalúrgicos de São Paulo e Guarulhos decidiram continuar a greve. Só Osasco assinou a conciliação.
O secretário de Segurança Pública, desembargador Octávio Gonzaga Júnior disse que Santo foi morto em um confronto onde três policiais ficaram feridos. O secretário divulgou o nome dos PMs agredidos, mas eles não foram aparesentados à imprensa. A versão da polícia foi desmentida por testemunhas. O PM Herculano Leonel acusado de atirar em Santo foi condenado a seis anos de prisão em 1982, mas recorreu e o processo foi arquivado por falta de provas.
O corpo do operário só foi liberado depois da interferência de outros sindicalistas e de parlamentares. Cerca de 10 mil acompanharam o cortejo.Entre eles estavam opositores da ditadura, como Hélio Bicudo, Luiz Eduardo Greenhalgh, Perseu Abramo, além de dois políticos que ainda iniciavam sua trajetória: Fernando Henrique Cardoso, e Luiz Inácio Lula da Silva, que era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernado do Campo. Dos prédios caíam papeis picados, um sinal silencioso de solideariedade. Santo Dias tornou-se um dos últimos mártires da ditadura.
Defesa dos Direitos Humanos
Três meses depois da morte do operário, o Partido dos Trabalhadores (PT) seria fundado. Por iniciativa de dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo de São Paulo naquela época, o líder metalúrgico ligado à Pastoral Operária inspirou a criação do Centro Dias de Defesa dos Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo, para a defesa das vítimas da violência policial. Santo era amigo pessoal de dom Paulo Evaristo Arns. O arcebispo comentou sobre a morte do operário, na edição do Jornal do Brasil de 31 de outubro de 1979:
- Foi um acontecimento dos mais tristes a que assisti. Um operário defendeu com o próprio corpo seus ideais e seus companheiros.
A história de Santo Dias se cruza com a de vários líderes que lutaram pela redemocratização do país. Em plena ditadura, a opinião pública não se calou. O deputado Ulysses Guimarães e o senador Franco Montoro, ambos do MDB, protestaram.
A Polícia recolheu rapidamente o corpo e levou outros três feridos graves para o hospital, mas a notícia da morte de Santo correu de boca em boca. O crime aconteceu uma hora antes da realização da assembléia do sindicato em que os operários estavam dispostos a aceitar a proposta de reajuste da Delegacia Regional Trabalhista e acabar com a paralisação. O assassinato causou uma
reviravolta, e cerca de 6 mil metalúrgicos de São Paulo e Guarulhos decidiram continuar a greve. Só Osasco assinou a conciliação.
O secretário de Segurança Pública, desembargador Octávio Gonzaga Júnior disse que Santo foi morto em um confronto onde três policiais ficaram feridos. O secretário divulgou o nome dos PMs agredidos, mas eles não foram aparesentados à imprensa. A versão da polícia foi desmentida por testemunhas. O PM Herculano Leonel acusado de atirar em Santo foi condenado a seis anos de prisão em 1982, mas recorreu e o processo foi arquivado por falta de provas.
O corpo do operário só foi liberado depois da interferência de outros sindicalistas e de parlamentares. Cerca de 10 mil acompanharam o cortejo.Entre eles estavam opositores da ditadura, como Hélio Bicudo, Luiz Eduardo Greenhalgh, Perseu Abramo, além de dois políticos que ainda iniciavam sua trajetória: Fernando Henrique Cardoso, e Luiz Inácio Lula da Silva, que era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernado do Campo. Dos prédios caíam papeis picados, um sinal silencioso de solideariedade. Santo Dias tornou-se um dos últimos mártires da ditadura.
Defesa dos Direitos Humanos
Três meses depois da morte do operário, o Partido dos Trabalhadores (PT) seria fundado. Por iniciativa de dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo de São Paulo naquela época, o líder metalúrgico ligado à Pastoral Operária inspirou a criação do Centro Dias de Defesa dos Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo, para a defesa das vítimas da violência policial. Santo era amigo pessoal de dom Paulo Evaristo Arns. O arcebispo comentou sobre a morte do operário, na edição do Jornal do Brasil de 31 de outubro de 1979:
- Foi um acontecimento dos mais tristes a que assisti. Um operário defendeu com o próprio corpo seus ideais e seus companheiros.
Fonte: http://www.jblog.com.br
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