O símbolo do nordeste finalmente reconhecido
A regulamentação da profissão foi
aprovada pelo Senado Federal e torna obrigatório, para o empregador, o
pagamento de seguro de vida e contra acidentes. Os Vaqueiros também
poderão ter cobertura previdenciária e até aposentadoria, assim como
formação de categoria sindical porque agora estarão listados no Código
Brasileiro de Ocupações – CBO.
A regulamentação da profissão vai
provocar um impacto nos custos da atividade rural porque os pecuaristas
terão que recolher impostos e promover o registro dos empregados como em
qualquer atividade regulamentada. Outra vantagem para a categoria é a
estabilização de um salário base, que terá como referência o salário
mínimo nacional.
Vaqueiro agora é profissão, reconhecido pelo Senado Federal. Parabéns a todos os vaqueiros do Brasil.
Vaqueiro agora é profissão, reconhecido pelo Senado Federal. Parabéns a todos os vaqueiros do Brasil por esta grande conquista!
O Plenário do Senado aprovou, nesta terça-feira (24), o Projeto de Lei da Câmara
(PLC) 83/2011 que reconhece e regulamenta a profissão de vaqueiro. A
proposição, que segue agora para a sanção presidencial, define o
vaqueiro como profissional responsável pelo trato, manejo e condução de animais como bois, búfalos, cavalos, mulas, cabras e ovelhas.
De
autoria dos ex-deputados Edigar Mão Branca e Edson Duarte, o projeto
estabelece que a contratação dos serviços de vaqueiro é de
responsabilidade do administrador – proprietário ou não – do
estabelecimento agropecuário de exploração de animais de grande e médio
porte, de pecuária de leite, de corte e de criação.
O
projeto torna obrigatória a inclusão de seguro de vida e de acidentes
em favor do vaqueiro nos contratos de serviço ou de emprego. Tal seguro
deve compreender indenizações por morte ou invalidez permanente, bem
como ressarcimento de despesas médicas e hospitalares decorrentes de
eventuais acidentes ou doenças profissionais que o vaqueiro sofrer
durante sua jornada de trabalho, independentemente da duração da
eventual internação, dos medicamentos e das terapias que assim se
fizerem necessários.
O
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), comentando em Plenário
o projeto, considerou sua aprovação como um resgate do ponto de vista
social de enorme dívida do Brasil com os vaqueiros. A
lida do gado é tão antiga no Brasil quanto o próprio país. Mas o
reconhecimento dessa profissão, apesar de necessário já há muito tempo, é
tardio — disse.
Ao
fazer a leitura de seu parecer, Paulo Davim (PV-RN) fez um apelo ao
Senado pedindo a rejeição de todas as emendas apresentadas à matéria no
Senado a fim de evitar seu retorno à Câmara dos Deputados. Com relação a
emenda do senador Cyro Miranda (PSDB-GO) propondo a eliminação da
exigência da contratação de seguro de vida pelos empregadores para
protegerem seus vaqueiros, Paulo Davim se comprometeu, contando com o
apoio dos líderes, a solicitar o veto dessa exigência à presidente Dilma
Rousseff.
Na
avaliação do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), a exigência de
seguro de vida, caso se torne lei, poderá representar um ônus
insuportável para pequenos agricultores, inviabilizando assim a
contratação de ajudantes para o trabalho nas fazendas.
Durante
a discussão da matéria, vários senadores ressaltaram a importância de
sua aprovação para os vaqueiros. Wellington Dias (PT-PI) observou que o
projeto permitirá uma diferenciação do trabalhador rural comum com
aqueles que cuidam especificamente de animais. Rodrigo Rollemberg
recordou o relevante papel desempenhado pelos vaqueiros na colonização
da Região Centro-Oeste.
Eunício de Oliveira (PMDB-CE) destacou a importância dos vaqueiros no desbravamento e ocupação do sertão nordestino, desde meados do século 16 quando foram trazidas as primeiras cabeças de gado para região.
Com
seu trabalho, foi ele, o vaqueiro, responsável pela conquista do
sertão, fazendo com que o Brasil deixasse de ser eminentemente litorâneo
— afirmou Eunício.
Lídice da Mata (PSB-BA) registrou a realização de campanha pelo Conselho Nacional de Cultura, visando o reconhecimento da figura do vaqueiro como patrimônio cultural e imaterial da Bahia.
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