Haddad descumpre acordo com 200 famílias e determina reintegração de posse no Grajaú
- Estados do Brasil:
Prefeito de SP havia prometido apresentar uma
proposta habitacional para evitar o despejo; prisões e arbitrariedades
marcaram a ação da PM e da GCM
Cerca
de 200 famílias que ocupavam um terreno no Grajaú, na zona sul de São
Paulo, foram surpreendidas nessa segunda-feira (16) por um efetivo da
Polícia Militar e agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) que as
despejaram violentamente. As pessoas não tiveram nem tempo de retirar
seus pertences do local. A ação da polícia, segundo os moradores, foi um
desrespeito por parte do prefeito da capital Fernando Haddad (PT), que
havia prometido apresentar uma proposta habitacional para evitar a
reintegração.
O próprio secretário-adjunto da
Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), Marco Antônio Biasi, ligou
para uma pessoa do movimento Rede Extremo Sul dizendo que nada poderia
fazer, “já que a ação era uma ordem dada por Haddad”.
Conforme
relataram os moradores, os policiais não fizeram qualquer cerimônia em
usar expedientes ilegais de repressão. Dois militantes do movimento
foram presos na ação, acusados de “resistência à prisão” e detidos para
“averiguação”. Após atuação de um advogado, ambos foram liberados.
Em
nota, a Sehab disse que as ocupações prejudicam a política habitacional
em curso, “cuja meta é a entrega de 55 mil (moradias) nos próximos
quatro anos para enfrentar um déficit de 230 mil domicílios”.
A
secretaria confirmou que houve uma reunião no último dia 12 com as
famílias e informou que elas seriam cadastradas nos programas
habitacionais, mas que não teriam prioridade no atendimento. Esta foi a
quinta vez, em menos de dois meses, que as famílias sofreram despejo da
área.
O terreno é público e está destinado para
a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, que prevê a
instalação do Parque Ribeirão dos Cocaias no espaço. No entanto, de
acordo com os moradores, não há qualquer iniciativa neste sentido por
parte da prefeitura. Os moradores ainda afirmam que o local acumula
entulho e acreditam que isso foi um dos fatores responsáveis por um
surto de dengue na região.
Após o despejo
Assim
que foi encerrada a ação da polícia, as cerca de 200 famílias ficaram
sem ter para onde ir. Muitas tentavam ainda recuperar documentos e
pertences, aproveitar pedaços de telha, de madeira e outros materiais de
construção. Muitas pessoas ficaram feridas pelas cacetadas, bombas e
balas de borracha lançadas pela PM. Crianças de colo foram levadas ao
Pronto Socorro, devido a problemas respiratórios em decorrência da
inalação de gases das bombas.
Ao final da
tarde, porém, famílias da ocupação Jardim da Vitória, localizada num
terreno próximo, também no Grajaú, organizaram uma forma de receber
parte das pessoas despejadas que não conseguiriam se arranjar com
parentes e amigos. Pedaços de lona, cobertores e alimentos foram
rapidamente arrecadados e repartidos. (com informações da Rede Brasil Atual, Rede Extremo Sul e do Passa Palavra)
Foto: Rede Extremo Sul
Fonte: http://www.brasildefato.com.br/node/25938
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