Internacional
Análise
Tony Blair vê motivos crescentes de esperança no Oriente Médio
Onda de conflito tem boa probabilidade de enfrentar
questões de liberdade e democracia, segundo ex-primeiro-ministro
britânico
por The Observer
Tony Blair diz que vê sinais de otimismo no Oriente Médio,
inclusive no Iraque, apesar do número crescente de baixas e da escalada
do "pesadelo vivo" na Síria.
Os problemas fundamentais da região estão subindo à superfície,
acredita o ex-primeiro-ministro britânico, e estão maduros para ser
enfrentados e superados. Blair sente-se aliviado com a abertura de
negociações entre Israel e a Palestina, questão sobre a qual admite ter
trabalhado "muitas vezes de modo infrutífero". Escrevendo no Observer
no domingo, ele também diz ver motivos de esperança em toda a região,
inclusive no Iraque, apesar do crescimento da violência sectária no país
depois de um período em que o número de baixas declinou.
"No Iraque, depois de anos em que a violência sectária diminuiu ano a
ano, as baixas voltaram a aumentar, em parte devido à guerra na Síria",
ele escreve. "Mas mesmo aqui houve recentemente uma declaração seminal
do grande aiatolá Ali al-Sistani, o mais influente clérigo xiita no
Iraque, proclamando a necessidade de um Estado civil laico, em que todas
as pessoas tivessem igualmente liberdade para participar e discordar
daquelas ligadas ao Irã, que querem que os xiitas vão combater na Síria
por Assad, junto com o Hezbollah.
"No começo do Ramadã, o rei da Arábia Saudita, que também é o
mantenedor das duas mesquitas sagradas, fez uma poderosa declaração
reclamando a fé do islã daqueles que gostariam de pervertê-la, em nome
da política".
"A Líbia e a Tunísia estão longe de resolvidas, como demonstram o
assassinato do principal político de oposição na Tunísia e a presença de
milícias irrestritas em cidades líbias. Mas os democratas não vão
desistir. Na maior da parte do norte da África subsaariana há enormes
desafios agora, de grupos terroristas bem armados e financiados que
importaram essa ideologia tóxica do Oriente Médio. Países como a Nigéria
sofreram horrivelmente com um terror baseado no extremismo religioso
que é estranho a sua sociedade. Mas, mais uma vez, apesar de tudo, o
país está experimentando um rápido crescimento econômico e houve uma
grande reforma no setor energético, algo que se considerava impossível
pouco tempo atrás.
"O Egito poderia se inclinar novamente para a democracia, com uma
Constituição que seja genuinamente inclusiva e objetivamente
administrada. Existe a promessa de eleições no início de 2014 e todos os
partidos, incluindo a Irmandade Muçulmana, poderão participar. Ou o
país poderá se paralisar, tornando-se incapaz de avançar."
Blair também reitera sua crença de que o Ocidente deveria intervir na
crescente crise na Síria. "Por mais que gostássemos de olhar para outro
lado, as consequências de deixarmos o banho de sangue na Síria seguir
seu curso serão absolutamente desastrosas para a região e para nossa
segurança."
Fonte: http://www.cartacapital.com.br
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