Manifestantes ocupam Câmara Municipal do Rio em protesto contra Cabral
Policiais militares e manifestantes entraram em confronto nesta
quinta-feira (8) à noite na frente do prédio da Câmara do Rio de
Janeiro, no centro. A polícia usou bombas de gás lacrimogênio e spray de
pimenta e nem jornalistas foram poupados.
Segundo a polícia, havia pelo menos 300 pessoas no protesto. Parte do
grupo ocupou a galeria do Legislativo municipal. O prédio foi isolado
pela polícia, mas a segurança da Casa permitiu a entrada de água e
comida para os manifestantes, que decidiram passar a noite no local. Em
um ato de apoio ao protesto, pelo menos 150 pessoas se mantém do lado de
fora do edifício e também vão pernoitar no local.
Durante o confronto, socorristas voluntários atenderam dez pessoas com
ferimentos causados por estilhaços de bombas. Os manifestantes deram
início ao confronto, atirando morteiros nos policiais. Após a reação da
polícia, eles ainda atiraram pedras e cadeiras nos policiais.
Depois do confronto, a rua Alcindo Guanabara, no perímetro da Câmara, foi fechada por duas linhas de PMs.
O protesto começou à tarde, com cerca de mil pessoas. Os manifestantes
anunciaram a ocupação da Alerj (Assembleia Legilslativa do Rio de
Janeiro) e da Câmara Municipal. Tanto na Alerj quanto na Câmara, um
grupo de 20 a 30 pessoas entrou no local durante o horário de
funcionamento das Casas e anunciou a ocupação.
Em página no Facebook, os manifestantes na Alerj pediram apoio às
pessoas presentes no protesto que estava marcado para começar às 16h na
Cinelândia e disseram que negociam com alguns deputados a permanência no
local. O prédio foi esvaziado por volta das 18h.
Análise do uso do Twitter revela 'mapa' dos protestos no Brasil BBC O protesto saiu por volta das 17h, da Cinelândia, no centro da capital
fluminense, e chegou à Alerj por volta das 18h, quando o prédio foi
esvaziado por policiais militares e seguranças da Casa. Às 18h30, a
passeata seguiu rumo à Câmara, onde os jovens ocuparam as galerias.
Três vereadores conversaram com manifestantes que ocupam as galerias da Câmara do Rio desde a tarde desta quinta-feira (8).
Reimont (PT), Renato Cinco (PSOL) e Leonel Brizola Neto (PDT) ouviram as reivindicações dos ativistas.
Segundo a assessoria de um dos parlamentares, os manifestantes queriam
que Eliomar Coelho (PSOL) assuma a presidência da CPI dos Ônibus, que
vai apurar possíveis irregularidades no transporte coletivo na cidade.
O líder da bancada governista, vereador Professor Uóston (PMDB), se
candidatou para a presidência da comissão, que foi assinada por outros
quatro vereadores governistas.
Do lado de fora do prédio, na Cinelândia, restavam cerca de 300
manifestantes no mesmo horário, segundo estimativa do tenente coronel
Mauro Andrade, comandante do Grupamento de Policiamento de Proximidade
de Multidões, que atua circulando no meio dos protestos. Foram eles que
entraram em confronto com a PM.
De acordo com outro PM que está no local, cerca de 500 policiais militares acompanharam o ato.
Havia um carro de som e dezenas de faixas e bandeiras no ato, muitas
delas de partidos políticos. A maioria delas tinha mensagens contra o
governador Sérgio Cabral (PMDB), principal alvo do protesto.
Qual deve ser o principal tema dos próximos protestos no Brasil?
Os prédios da Alerj e da Câmara foram cercados por policiais militares.
Por volta das 20h, parte do grupo que estava na frente da Câmara
iniciou uma caminhada pelas ruas do centro. No trajeto, dois morteiros
de manifestantes estouraram, mas ninguém foi atingido.
Na passeata, vidraças do prédio da sede da EBX, do empresário Eike
Batista, foi atingida por pedras jogadas por manifestantes. O edifício
fica na rua do Passeio, na Cinelândia, centro do Rio. Ninguém foi preso
pela depredação.
Mais tarde, advogados do grupo Habeas Corpus, da OAB-RJ (Ordem dos
Advogados do Brasil no Rio de Janeiro), foram impedidos de entrar no
prédio da Câmara por policiais militares. O mesmo ocorreu com os
jornalistas. Os advogados alegavam que o impedimento é inconstitucional.
Depois, um advogado representando a OAB e a Anistia Internacional
conseguiu entrar na Câmara para negociar com os manifestantes a saída
do local.
Aldeia Maracanã
Representantes de 21 etnias indígenas e apoiadores dos índios
resolveram ocupar no antigo prédio do Museu do Índio, no Maracanã, zona
norte do Rio, ao menos até o próximo sábado (10), quando o grupo se
reúne com a secretária de Cultura do Estado, Adriana Rattes.
Na última terça-feira (6), os dois lados se reuniram no local, também
batizado do Aldeia Maracanã pelos ocupantes, para definir como será a
gestão do edifício, que deve ser transformado em um centro de referência
indígena. Adriana garantiu que não haverá invasão da Polícia Militar
para retirar os ocupantes do imóvel.
O local voltou a ser ocupado na tarde de segunda (5) depois que o
governo do Estado decidiu devolver o imóvel aos índios que viviam na
área até março deste ano, quando foram retirados em uma ação de
reintegração de posse. A
chegada de 60 PMs do lado de fora do museu chegou a interromper a
reunião. Eles disseram ter ido ao local por causa da suposta ameaça de o
grupo "Black Bloc" fechar a Radial Oeste.
orém, após conversar com o secretário de Segurança Pública, José
Mariano Beltrame, a representante do governo estadual ordenou que os PMs
deixassem a entrada do imóvel, dando prosseguimento à negociação com o
grupo.
"Ocupa Cabral"
Manifestantes decidiram ocupar a frente da rua onde mora o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), no Leblon, zona sul do Rio, no domingo (28), pela terceira vez. Ao contrário da primeira ocupação, que ocorreu entre os dias 21 de junho e 2 de julho, e foi encerrada por intervenção da PM (Polícia Militar), os ativistas decidiram não armar um acampamento para evitar nova repressão da polícia.*Colaborou Carolina Farias, no Rio
Fonte: http://noticias.uol.com.br
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