Ato relembra 18 anos do massacre de Corumbiara, que deixou doze mortos
- Estados do Brasil:
Nessa
quinta-feira (8), foi realizado um ato público no auditório da
Universidade Federal de Rondônia (Unir/Centro) para relembrar os 18 anos
do massacre de Corumbiara, ocorrido em 9 de agosto de 1995, na fazenda
Santa Elina (RO). À época, doze camponeses foram assassinados, entre
eles uma criança de apenas sete anos. Até hoje, ninguém foi punido.
Naquela
madrugada, descumprindo o acordo que previa a desocupação da área, a
Polícia Militar, o Comando de Operações Especiais (COE) e os pistoleiros
iniciaram uma operação de cerco e extermínio das famílias, que
resistiram com espingardas, foices e facões. Ainda hoje, mais de 200
camponeses convivem com sequelas de torturas e maus tratos. Após quase
duas décadas, nenhuma família recebeu indenização do Estado.
A
mesa do ato foi composta por entidades que promoveram o evento, entre
elas, a vice-reitora da UNIR, Maria Cristina, e a advogada da Comissão
Pastoral da Terra (CPT), Lenir Correia. Contribuíram também com o debate
representantes da Associação Brasileira dos Advogados do Povo (ABRAPO),
de Minas Gerais.
Na plenária do auditório,
centenas de camponeses que vieram das fazendas Santa Elina,
(Corumbiara), Canaã, Raio de Sol (região de Jaru e Ariquemes),
Jacinópolis (Região de Buritis), Flor do Amazonas (Candeias do Jamari) e
Paulo Freire III (Seringueiras) ouviram atentamente as manifestações.
Eles
denunciaram ameaças de despejos, pistolagem realizada por PMs e
guaxebas, como o ocorrido em Seringueiras no último mês, e a inoperância
do governo federal em não resolver o problema agrário em Rondônia.
Parte
da fazenda Santa Elina foi entregue aos camponeses após duas ocupações,
uma ocorrida em 2008 e outra em 2010. A terra foi dividida entre os
ocupantes, o chamado “corte popular”, comum em muitas áreas camponesas
no estado.
O ato foi encerrado com uma
manifestação pelas ruas de Porto Velho, em denúncia à criminalização da
luta pela terra por parte do governo federal, da Ouvidoria Agrária
Nacional e do governo do estado. Outras denúncias referem-se à falta de
indenização para as vítimas do conflito de Corumbiara e também ao Incra,
no que se refere à inoperância do órgão em regularizar milhares de
posses de camponeses em Rondônia. (com informações do DCE Unir-Centro)
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