Conflito no Cocó repercute no Legislativo
A
ação da Prefeitura de Fortaleza contra os manifestantes, acampados há
mais de 28 dias, no Parque do Cocó, motivou diversos pronunciamentos nas
sessões de ontem da Assembleia Legislativa e da Câmara Municipal. A
deputada Eliane Novais (PSB), relatando a ação da Guarda Municipal,
defendeu a realização de uma audiência pública para discutir o projeto
de construção dos viadutos. Além disso, Eliane informou que abrirá um
processo de apuração na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia para
apurar os possíveis excessos das ações de retirada dos manifestantes.
Na
Câmara Municipal, o assunto foi abordado por diversos parlamentares. O
vereador Guilherme Sampaio (PT) apresentou um projeto desenvolvido pela
gestão anterior e que teve à frente o arquiteto Fausto Nilo. Segundo
ele, a proposta além de minimizar o impacto ambiental, preservava
equipamentos que permitiriam o fluxo de pessoas no local. “No projeto do
Fausto Nilo, a degradação do ambiente seria três vezes inferior ao
atual. Previa apenas um nível de viaduto e o que ocuparia o Parque
seriam os pilares de sustentação, com um vírgula vinte de diâmetro.
Abaixo do viaduto, haveria uma ciclovia, dois quiosques e uma academia
aberta vinte e quatro horas”.
De
acordo com o petista, o projeto atual conta com dois viadutos, sendo um
assegurando o fluxo da Avenida Engenheiro Santana Júnior e outro o
fluxo da Avenida Antônio Sales. Além disso, uma via lateral adentrará o
Parque do Cocó. Explicando, assim, que o projeto é diferente do projeto
anterior, pois não incluía a via lateral. O projeto, porém, não foi
executado, porque não fazia parte das prioridades da gestão municipal.
DEFESA
Membros
da base aliada, porém, saíram em defesa da gestão Roberto Cláudio
(PSB). Fábio Braga (PTN) classificou a intervenção de “necessária”,
explicando que a obra está legalizada e precisa ser efetivada para
desafogar o trânsito daquela região. Disse, ainda, estar convencido de
que o projeto é de menor impacto ambiental.
O
parlamentar solicitou também que as comissões técnicas da Câmara
Municipal acompanhem o andamento das construções dos viadutos. “Não vi
outra proposta melhor para aquele embolo que, em determinados momentos,
são 20 mil carros em horário de pico e mais de 70 mil carros por dia.
Podemos juntar duas Comissões e fazer uma visita no local, para ouvir,
cooperar e claro, fiscalizar”.
Em
seguida, foi a vez do vice-líder do governo, vereador Didi Mangueira
(PDT). Ele também destacou que o projeto causa menos impacto ambiental
entre os já elaborados. Didi Mangueira rebateu o pronunciamento do
vereador Guilherme Sampaio. “Ele mostra, claramente, que o argumento,
que eles dizem que não houve estudo de impacto ambiental e que não teve
relatório, está equivocado. Tanto é que houve esse estudo, esse
relatório, que mudou já para o terceiro projeto. Isso é a prova
inequívoca de que os técnicos sempre tiveram cuidado para discutir,
analisar e elaborar um projeto para essas intervenções. Esse projeto que
aí está é o que traz o menor impacto”, salientou, acrescentando que não
há mais o que discutir sobre o assunto. Mangueira pontuou que a cidade
de Fortaleza cobra soluções urgentes de mobilidade urbana.
DESENVOLVIMENTO
O deputado Lula Morais (PCdoB), além de discordar da ação, aproveitou para dizer que Fortaleza não pode ficar refém de um pensamento que atrapalha a vida da cidade. Segundo disse, ele concorda com a preservação do Parque do Cocó, mas, entretanto, não pode deixar de concordar com uma obra que irá colaborar com a mobilidade urbana. Relembrou, ainda, que o projeto foi apresentado ainda na gestão de Juracy Magalhães e, inclusive, votou favorável à matéria. “Não podemos impedir que a Cidade solucione problemas criados pelo seu próprio desenvolvimento, que é a existência do carro individual”, disse ao jornal O Estado, durante lançamento do Inventário Florestal do Ceará.
O deputado Lula Morais (PCdoB), além de discordar da ação, aproveitou para dizer que Fortaleza não pode ficar refém de um pensamento que atrapalha a vida da cidade. Segundo disse, ele concorda com a preservação do Parque do Cocó, mas, entretanto, não pode deixar de concordar com uma obra que irá colaborar com a mobilidade urbana. Relembrou, ainda, que o projeto foi apresentado ainda na gestão de Juracy Magalhães e, inclusive, votou favorável à matéria. “Não podemos impedir que a Cidade solucione problemas criados pelo seu próprio desenvolvimento, que é a existência do carro individual”, disse ao jornal O Estado, durante lançamento do Inventário Florestal do Ceará.
Fonte: http://www.oestadoce.com.br
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