Correio simula consequências de pequenas distrações no trânsito
Profissionais experientes mostram, dentro de um carro que imita situações reais das ruas, as consequências de estar ao volante e usar o aparelho móvel. Em um dos casos, instrutor percorreu 33 metros sem olhar para a pista
O uso do celular ao volante é a principal distração entre os motoristas, mas não é o único vilão. Por mais inacreditável que possa parecer, há quem se barbeie ou passe maquiagem com o carro em movimento. Situações menos gritantes, como anúncios em faixas e outdoors, objetos soltos dentro do carro e até a algazarra de crianças são causas frequentes de perda de atenção. E, em boa parte das vezes, a multa se mostra ineficaz para combater o mau comportamento.
A designer de moda Manoela, 31 anos, faz parte desse grupo. Com a condição de ter o nome preservado, aceitou contar o que faz enquanto dirige. Ela se descreve como uma pessoa viciada em celular. Trabalha com mídias digitais e diz ser imprescindível dar retorno quase imediato para as demandas. Além de falar e digitar mensagens enquanto dirige, Manoela faz mais. “Pego objetos na bolsa, canto e passo maquiagem”, conta. Batom? “Não só o batom. Passo rímel e delineador também”. E aponta uma técnica que aprendeu para fazer isso — e que a reportagem não vai publicar. “Nossa, que vergonha! Faço tudo errado no trânsito”, completa a designer (Leia quadro com distrações mais frequentes).
Manoela conta que é repreendida pela mãe. “Quando ela me liga, já pergunta se estou dirigindo. Se a resposta for sim, ela diz ‘tchau, depois eu ligo’ e bate o telefone na minha cara”, descreve a designer. Manoela afirma que foi multada duas vezes por dirigir falando ao celular. Perguntada que tipo de ação a faria abandonar o mau hábito, ela acredita que isso dependeria exclusivamente dela. “Campanha existe e tenho informação sobre os riscos. Então, acho que isso depende de cada um”, diz.
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