Impostometro

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Marina Silva

Marina Silva, seja programática!

Se a eleição presidencial fosse hoje, Dilma teria cerca de 33% dos votos e Marina Silva uns 20%, diz pesquisa do Instituto MDA encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes. A chance de a representante da Rede Sustentabilidade ir ao segundo turno em 2014 não é desprezível. Marina acha que “PT e PSDB são reféns do fisiologismo” e que a governabilidade é “baseada em programa, com propostas, projetos”.
Ela tem, portanto, uma chance única para mudar o debate político no país. Basta fazer o seguinte:
1) Divulgar uma lista com dezenas de propostas concretas que sua candidatura presidencial defende;
2) Identificar, no orçamento de 2014, quais programas orçamentários poderiam dar conta dessas propostas, e quais precisariam ser criados;
3) Simular, a partir do orçamento de 2014, os custos de suas propostas prioritárias;
Como bônus, poderia ainda:
4) Coordenar alianças eleitorais e alianças para sua coalizão, se eleita, com base na adesão clara, comunicada, de outros partidos às suas propostas.
Impossível? Pois os partidos políticos holandeses já fazem algo bem parecido. Há oito eleições, os principais partidos políticos holandeses submetem, em um prazo razoável, propostas orçamentárias fictícias para a análise do Netherlands Bureau for Economic Policy Analysis, instituição que não é ligada ao governo, e dos eleitores. A proposta é simples: se você ganhar as eleições, quais serão as prioridades de fato? Você vai cortar dinheiro de qual ministério? Vai aumentar o orçamento de qual política pública? Vai tributar mais qual classe econômica e social?
Se Marina Silva fizer isso, será sua maior contribuição à política brasileira.

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