Feliciano pede veto a projeto sobre atendimento a vítimas de estupro
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o deputado Marco
Feliciano (PSC-SP), encaminhou um ofício nesta quarta-feira (17) à
presidente Dilma Rousseff pedindo o veto a um projeto aprovado pelo
Congresso que determina o atendimento imediato em hospitais das vítimas
de violência sexual.
O texto aponta que as unidades devem oferecer a pílula do dia seguinte e
informações sobre direito legal. Para os religiosos, a medida é uma
manobra para ampliar as previsões legais para interrupção da gravidez.
Atualmente, o aborto é permitido no país em caso de estupro, risco de
vida para a mãe ou de fetos com anencefalia.
No documento enviado para Dilma, Feliciano afirma que a violência sexual
"é uma das mais terríveis modalidades de violência contra o ser humano e
que deixa sequelas não apenas no corpo, como também na alma e no
coração das vítimas".
Na avaliação do deputado, a medida amplia a possibilidade de qualquer mulher busque a rede pública a fim de realizar um aborto.
O deputado pede o veto dos inciso IV e VII do artigo 3° do projeto, que
diz: "O atendimento imediato, obrigatório em todos os hospitais
integrantes da rede do SUS, compreende os seguintes serviços: (...) IV -
profilaxia da gravidez; (...) VII - fornecimento de informações às
vítimas sobre os direitos legais e sobre todos os serviços sanitários
disponíveis".
Feliciano argumenta ainda que o termo profilaxia não é indicado para a
gravidez porque não seria uma doença. "A gravidez não pode ser tratada
como uma patologia. Muito menos o bebê gerado ser comparado a uma doença
ou algo nocivo", defendeu.
Outro argumento é que "não cabe a hospitais oferecer orientação jurídica
às vítimas. Essa é uma responsabilidade das delegacias de polícia e
autoridades competentes", acrescentou.
"O aborto não é um direito e sim um crime previsto pela Constituição.
Além de tudo, não podemos correr o risco de que mulheres vítimas de
violência sexual sejam induzidas a essa prática, mesmo tendo convicções
contrárias, e tome remédios abortivos. Além de cometer um crime, elas
estarão atentando contra a própria vida", disse Feliciano.
Além de Feliciano, representantes de entidades religiosas também se
reuniram nesta quarta-feira com os ministros Gilberto Carvalho
(Secretaria-Geral) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) para pedir o veto ao
projeto.
Estiveram no encontro, Leonardo Ulrich Steiner, secretário-geral da
CNBB; Antonio Cesar Perri de Carvalho, presidente da Federação Espírita
do Brasil; Wilton Acosta, presidente nacional do Fórum Evangélico
Nacional de Ação Social e Política; Lenise Aparecida Martins Garcia,
presidente do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida; Jaime Ferreira
Lopes, representante da Associação Nacional da Cidadania pela Vida;
Paulo Tominaga, presidente da Confederação Nacional das Entidades de
Família.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/
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