Protestos globais crescem com perda de fé na política e no Estado, diz 'Observer'
23 de junho, 2013
Brasil integra leva de protestos virais, flexíveis e com múltiplas bandeiras, afirma 'The Observer'
Uma reportagem publicada na edição deste domingo do jornal britânico The Observer
afirma que as manifestações que vêm ocorrendo na Turquia, no Brasil e
em diversos outros países têm em comum o fato de serem "virais,
organizadas de forma flexível, com mensagens soltas e a maior parte
acontecendo em espaços públicos urbanos''.
O texto, assinado pelo editor de Internacional
do jornal semanal, Peter Beaumont, acrescenta que, diferentemente do
movimento de 1968 ou mesmo do que levou ao colapso do império soviético
no Leste Europeu em 1989, o movimento atual "tem poucos líderes
reconhecíveis e muitas vezes ideologias conflitantes".
De acordo com Beaumont, "os pontos
de referência não são necessariamente ideológicos, mas se inspiram em
outros protestos, entre eles os vistos na Primavera Árabe e no movimento
Occupy. Como resultado, houve uma onda de movimentos sociais - alguns
de vida curta - de Wall Street a Tel Aviv, de Istambul ao Rio de
Janeiro, muitas vezes envolvendo membros da sociedade mais jovens, mais
educados e de maior renda".
As diferentes bandeiras do movimento no Brasil
são um exemplo do que o autor diz ser a "a difícil categorização" dessa
nova forma de protestos.
Mudança de humor
Segundo o texto do Observer, no Brasil
os manifestantes "estão expressando uma série de exigências que vão
desde reformas de educação até passes livres em ônibus, enquanto
denunciam os dólares gastos pelo poder público em estádios para a Copa
do Mundo de 2014 e as Olimpíadas dois anos depois".
A reportagem afirma que o Brasil não se encaixa
no perfil do país com potencial para grandes movimentos de massa no
momento, já que "o desemprego entre os jovens está a um nível baixo que é
recorde e o país promoveu o maior salto em seu padrão de vida na
história do país".
Mas, afirma, a enquete Edelman Barômetro de
Confiança, que avalia a confiança da opinião pública de diferentes
países em suas instituições, mostrou em 2011 que Estados Unidos e
Grã-Bretanha estavam entre os mais céticos em relação às suas
instituições, ao passo que o Brasil estava no topo da lista dos mais
crédulos.
Mas que na enquete realizada neste ano, o Brasil
caiu 30 pontos na tabela, e que a Espanha e a Turquia, que também
contou com manifestações em 2013, também passou a engrossar a categoria
dos mais cético
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