Combate à seca é área em que governo Cid gastou menor percentual
Estavam previstos R$ 874,9 milhões no
Orçamento, mas só R$ 199,9 milhões foram aplicados no combate à seca. Em
outra área problemática, o Governo do Estado deixou de investir R$ 55
milhões em segurança, aponta MP de Contas
Enquanto o Ceará amarga a pior seca
em 50 anos, parecer do Ministério Público de Contas (MPC) mostra que, em
2012, o Governo do Estado gastou só 23% do previsto para combate aos
efeitos da estiagem. Dos R$ 874,9 milhões previstos no Orçamento, foram
executados R$ 199,9 milhões. Trata-se do menor índice de execução
orçamentária verificado pelos técnicos do Tribunal de Contas do Ceará
(TCE).
O baixo índice aplicado se reflete, por
exemplo, no número de cisternas construídas, bem abaixo do projetado. “A
Controladoria Geral do Estado destacou que o Governo objetivou
implantar 46.861 cisternas para comunidades rurais em 2012. Contudo,
somente conseguiu implementar 16.913 cisternas (36,09%)”, aponta o MPC.
O
órgão também apontou fragilidades na forma como o Programa de Cisternas
é executado, via convênios que permitem a liberação de recursos antes
que os equipamentos sejam construídos. “(O programa) não tem como
critério estudos que indiquem a viabilidade do solo, os índices de
chuvas para a região, a verificação da possibilidade de perfuração de
poços, vindo assim a acarretar possível ineficácia das cisternas”,
argumenta o MPC.
Ainda em janeiro deste ano, O POVO já
mostrou que pelo menos metade dos recursos previstos para enfrentar a
seca não haviam sido utilizados. Desde o início de maio, O POVO também
tem mostrado indícios de irregularidade em convênios entre o Estado e
associações para a construção de cisternas.
O titular da
Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Nelson Martins, argumentou
que os valores orçados para os programas citados não eram destinados
somente à SDA. “Os recursos são de outras secretarias como a de Recursos
Hídricos e a de Cidades, que realizam ações conjuntas com a SDA”.
Segundo o secretário no Plano Plurianual não há programa com a “rubrica
combate à seca”, mas conjunto de ações voltados para minimizar seus
efeitos. E acrescenta que o Ceará foi o estado foi o que mais construiu
cisternas de placa no Brasil em 2011 e 2012.
Violência
Outro
ponto nevrálgico do Governo Cid Gomes (PSB), a violência urbana, também
teve destaque no relatório do MPC. O documento revela que, no ano
passado, cerca de R$ 55 milhões deixaram de ser executados pelas
entidades de segurança pública. O dinheiro estava previsto no Orçamento,
mas que o Governo não conseguiu empregar.
Por meio de sua
assessoria a Secretaria da Segurança Pública informou que aplicou 96%
de seu orçamento em 2012. O restante não foi gasto devido a processos
licitatórios não concluídos no ano passado.
Apesar dos problemas apontados, o MPC sugere que o Tribunal aprove as contas do Executivo, mas com ressalvas e recomendações.
Fonte: Jornal O POVO
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