Mais de 50 pessoas foram detidas nas manifestações no Rio
Houve confrontos no Centro e em Laranjeiras, em frente à sede do governo.
Jovens mascarados com coquetéis molotov provocaram as confusões.
Grupos infiltrados na passeata que seguiu pela Avenida Rio Branco, no
Centro do Rio, na quinta-feira (11) causaram confusão e foram
repreendidos pelos manifestantes. O protesto terminou em confronto com a
polícia no Centro e nas imediações do Palácio Guanabara, sede do
governo do estado, em Laranjeiras, na Zona Sul. De acordo com a polícia,
56 pessoas foram detidas, como informa o Bom Dia Rio nesta sexta-feira
(12).
Local de maior confronto, a Avenida Chile, no Centro, ainda tem rastros
de destruição, como uma cabine da PM depredada. Vidros foram quebrados,
cadeira e bebedouro foram roubados. Dois carros foram incendiados.
Segundo a polícia, 26 pessoas foram detidas no Centro e 30 nas
imediações do Palácio Guanabara.
Quatro pessoas foram autuadas por formação de quadrilha, uma advogada
foi indiciada por desacato e três menores foram apreendidos. Três
pessoas ficaram feridas nos confrontos, incluindo um policial militar.
Centro
O movimento no Centro do Rio é normal na manhã desta sexta-feira (12).
A manifestação, no Centro, seguiu em paz até que um homem foi detido
por quebrar uma vidraça da Igreja da Candelária. Um grupo reagiu e a
polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo. A passeata continuou pela
Avenida Rio Branco. Segundo a PM, a manifestação reuniu cinco mil
pessoas. O objetivo era chegar a Cinelândia, mas um tumulto interrompeu a
caminhada um quarteirão antes.
Cerca de 40 jovens mascarados, que tinham se misturado à multidão,
foram expulsos por quem participava do protesto. Manifestantes
encontraram com o grupo duas caixas cheias de coquetéis molotov e
destruíram algumas garrafas. Houve briga porque algumas pessoas tentaram
entregar um dos baderneiros à polícia. E começou a correria.
Uma agência bancária foi invadida. Na Rua Almirante Barroso, várias
lixeiras e objetos foram queimados e deram trabalho aos bombeiros.
Pontos de ônibus foram quebrados. Um policial prendeu um rapaz que
tentava fugir e que depois de rendido levou um choque com uma arma
não-letal.
Bombas e jatos d´água
Vidraça da Casa de Saúde Pinheiro Machado foi
quebrada pela polícia
quebrada pela polícia
A tropa de choque da PM dispersou o grupo com bombas de efeito moral e
jatos d´água. Na Avenida Chile, uma cabine da PM foi destruída. Em
vários momentos, arruaceiros recolhiam pedras portuguesas da calçada.
E quando chegaram perto do Aterro do Flamengo, bloquearam o trânsito na
Avenida Rio Branco e fizeram motoristas darem marcha a ré. Eles jogaram
coquetéis molotov contra a polícia, que respondeu com bombas e balas
de borracha. Depois, fecharam as quatro pistas do Aterro do Flamengo,
bateram no capô dos carros e tentaram colocar fogo no chão.
As pessoas detidas durante os confrontos com a polícia foram levadas
para a 5ª DP (Mem de Sá), no Centro. A maioria suspeita de carregar
objetos como soco inglês, facas, pedras e coquetéis molotov. Quem estava
nesse grupo prestou depoimento e foi liberado. Cinco pessoas foram
indiciadas por formação de quadrilha, entre elas, estão dois menores,
como informou o delegado Rômulo Alves.
“Eles dão aquela aparência de estabilidade e vão praticando diversos
crimes como, lesão corporal, depredação do patrimônio público e desacato
aos policiais, segundo relatos deles mesmos”, disse o delegado.
Casa de Saúde atingida
Por volta das 22h, alguns manifestantes se refugiaram na Casa de Saúde
Pinheiro Machado. Os policiais atiraram e quebraram o vidro do
estabelecimento. Médicos da unidade ficaram assustados e havia pacientes
sendo atendidos no local. Funcionários limparam os cacos da vidraça que
ficaram estilhaçados no chão.
Por volta das 23h20, os manifestantes deixaram as adjacências do
Palácio Guanabara e seguiram em direção ao metrô de Botafogo, com
tranquilidade.
Cabral: 'Vandalismo não será tolerado'
Em nota, o governador Sérgio Cabral disse que o vandalismo não será tolerado no Rio de Janeiro.
"Grupos que vão para as ruas com o objetivo claro de gerar o pânico e
destruir o patrimônio público e privado tentam se aproveitar das
recentes manifestações legítimas de milhares de jovens desejosos de
participar e aperfeiçoar a democracia conquistada com muita luta pelo
povo brasileiro", afirmou.
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